ColunistasLeondenis Vendramim

Bíblia sem preconceito – 4

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História

Santo Agostinho (354-430) comentou que a mulher não foi tirada do pé para ser pisada, nem da cabeça para comandar, mas da costela, do lado do coração para ser amada e protegida pelo homem. Em Gen 1 e 2 trata da criação, não da evolução. A expressão hebraica “Bereshi t Elhoim bara” (Em princípio “os Senhores Jeovás”- plural mesmo – criou) é uma atividade divina (não humana). A criação é um milagre, só o poder sobrenatural, a Inteligência Superior poderia criar todas as coisas, vegetais, animais e inorgânicos, complexas, harmoniosas e interdependentes, numa ordem universal tão perfeita. “Só a vida gera vida” disse Louis Pasteur, o cientista da Biogênese. Só o Deus Vivo poderia dar vida a um monte de barro e aos demais seres segundo sua espécie. Criar a matéria do nada! Dar vida à matéria! São milagres inconcebíveis a nós, finitos, mortais, muito pequenos diante do Augusto Rei do Cosmo admirável! As estrelas com brilho e cor individual cantam, as aves cantam, há animais que cantam, os humanos racionais, devemos cantar em honra ao nosso Criador e Mantenedor. As flores e frutos multicoloridos e aromatizados, o sol que nos aquece, o vento que nos refrigera, a chuva e a terra nos dão alimentos… Deus criou tudo maravilhoso, então, disse: “Eis que tudo está muito bom” (Gn 1:31) O homem, plenamente saudável, perfeito via essa harmonia, conversava com o Criador e com Seus anjos. Só conhecia o bem.

Todos nós humanos somos curiosos. Eva não era diferente. Tinha tudo. Era a mais rica, a mais inteligente, mas fez a maior “burrice” da história universal. O Diabo, incorporado numa serpente, entre os galhos da árvore, cujos frutos eram proibidos comer, falou à mulher: “Que fruto lindo, é saboroso!” – mastigando um. “Experimente! Ele vai abrir seus olhos, você será uma deusa igual a Jesus! Você conhecerá o bem e o mal!”

Boquiaberta (uma cobra falante?) retrucou: “Não! Deus disse que posso comer de todas as árvores, menos esta, porque no dia que eu desobedecer, morrerei”.

“Conversa!” Disse Lúcifer, “não morrerá”. “Olha, estou comendo, por isso adquiri o dom da fala, tenho mais sabedoria e estou vivo. Veja como é bonito! Gostoso!” Pôs-lhe um na mão. “Você me disse que não poderia nem tocar nele! Você não morreu”. Vendo que o fruto era bonito, e não tinha morrido (ver Gn. 3:1-6). Comeu para conhecer o mal, pois, o bem ela já conhecia. Pior! Adão caiu na besteira de comer por amor à esposa!

A curiosidade, quando racionalizada, tem levado cientistas a muitas invenções, mas movida pela paixão ou pela emoção em desobediência à lei é extremamente perigoso. Assisti a um quadro pela TV no qual havia uma barraca com uma janelinha subscrita: “Não olhe aqui”. Muitos curiosos puseram a cara naquela abertura e tomaram um prato de chantili na cara. Alguém dizia: “desobedeceu curioso, quem mandou olhar!”

Os olhos do casal foram abertos: estavam nus, folhas empalidecidas caíam, Deus cuja visita era prazerosa, agora era temida, seu filho Cain matou ao irmão; Adão acusou a esposa, que culpou a serpente, ambos envelheceram e morreram, sua descendência degenerou-se física, mental, moral e religiosamente, sua longevidade foi dos 930 aos modernos e desejados 80 anos, sua altura mirrou dos 4,30 m para os desejados 1,80 m. Consequência tétrica!

Pecado é desobediência à lei de Deus (1João 3:4), mas é atraente, tentador, mavioso, colorido, festivo, promissor, sensual, mas muito ilusório e catastrófico. Destrói famílias, casamentos, sociedades, amizades, confiança, amor, saúde, autoestima e a vida. Pela avareza a mata é devastada, o clima alterado, espécies de animais extintas, desequilibra no meio ambiente, as feras e aves predadoras procuram presas urbanas, aumenta a violência entre os homens, esfria-se a religião. Jesus disse: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de quase todos se esfriará” Mt 24:14. E Paulo preconiza que os últimos dias seriam tempos difíceis, os homens serão egoístas, avarentos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, sem afetos para com os pais e para com os filhos, cruéis, inimigos do bem, sem domínio de si, traidores, mais amigos dos prazeres, alguns com aparência de religião, mas no coração são amantes dos prazeres. São como sepulcros caiados, belos por fora, mas por dentro são ossos fedorentos de mortos (1 Tm. 3:1-6; Mt. 23:27).

Escolha obedecer a Deus que é o Caminho seguro, a Verdade plena e a Vida feliz.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História
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Jornal O Semanário

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