Nos últimos cinco anos, o número de ataques de escorpiões teve um aumento de 80%, no país. Saltou de 78 mil casos para 141 mil. Em 2017, foram confirmados 143 óbitos por picada de escorpiões. Em São Paulo, a situação elevou a taxa de letalidade e, hoje, quatro em cada mil pessoas picadas morrem. A Secretaria da Saúde de Capivari, registrou 53 acidentes com escorpiões em 2018 e, neste ano, já foram 11 casos. Em Rafard, segundo a Vigilância Sanitária (Visa), apenas um caso foi registrado em 2018.
“São realizados os serviços de limpeza em áreas públicas, bem como ações de orientações da vigilância sanitária, em parceria com agentes de saúde e endemias, além de divulgação na mídia local a respeito dos cuidados preventivos”, informou a prefeitura em nota.
O Serviço de Vigilância Sanitária de Rafard também confirma que realiza a busca ativa por escorpiões em diversos pontos da cidade. “Ela é feita nas praças, terrenos baldios, e prédios públicos. Quando o morador aciona a Visa, os agentes fazem a visita na residência para eliminar possíveis esconderijos dos escorpiões”, diz a nota.
No entanto, moradores de Rafard tem reclamado do aparecimento de escorpiões, principalmente no bairro Jardim São Carlos. Por ser um bairro novo, o problema são os terrenos que não recebem manutenção e alguns servem como depósito de entulhos, tornando-se local propício para a proliferação de escorpiões e outros animais, como aranhas e cobras.
De acordo com o biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS), o problema é comum nas regiões urbanas especialmente no verão. “Cerca de 40% das ocorrências registradas em todo o país são nesse período. Por isso, a atenção deve ser redobrada nessa época do ano”, reforça o Biólogo. Ele explica que os escorpiões se alimentam de baratas, que são insetos domésticos e que nessa época do ano se proliferam, já que as condições climáticas são favoráveis para sua reprodução. “Eles invadem as casas atrás das baratas, mas acabam também buscando onde se alojar”, completa.
Segundo o especialista, nas grandes cidades a espécie mais perigosa é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), que se reproduz por partenogênese (ou seja, a fêmea se reproduz sozinha). E que a melhor maneira de evitar a visita desses aracnídeos é justamente manter os lugares limpos, livres de entulhos. “No quintal de casa evite o acúmulo de telhas ou de tijolos, por exemplo. Eles podem se esconder entre as frestas. E se perto de casa tiver algum terreno baldio, peça para que a prefeitura providencie a limpeza do local”, orienta o biólogo.
Se for picado, o biólogo recomenda que procure um serviço de atendimento médico o mais rápido possível. “A pessoa deve ser levada para o local mais próximo que tiver”, avisa. Geralmente, primeiro é aplicado um medicamento para aliviar a dor provocada pela picada do escorpião. E depois, se for o caso, é aplicado o soro antiescorpiônico. “O medicamento neutraliza as toxinas do veneno circulante no corpo”, esclarece Puorto. A aplicação é geralmente indicada para crianças e idosos, considerados maior grupo de risco.