Cadeira quebrada, tampa da caixa de energia amassada, aparentando ter sido esmurrada, paredes sujas de barro, tomada arrancada da parede e copos plásticos e pedaços de ataduras gessadas espalhados pelo chão. Foi este o cenário que o diretor da Arena Capivari, Ricardo César Ferreira, encontrou no vestiário do estádio utilizado pelo Palmeiras após o jogo de terça-feira, 15, à noite, pela 50ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, contra o Figueirense. Na ocasião, o time alviverde foi derrotado por 2 a 1.
“Sempre faço vistoria em todos os vestiários após os jogos. Desta vez, depois que os jogadores do Palmeiras foram embora do estádio, fui ao vestiário cedido ao time para o duelo e me causou espanto a anarquia que encontrei lá. Estava totalmente diferente da maneira como disponibilizamos o espaço aos jogadores e equipe técnica”, relata Ferreira, acrescentando que todos os vestiários da Arena Capivari passaram por reforma em dezembro, incluindo pintura, manutenção na parte elétrica e troca de chuveiros.
Ele comentou, ainda, que uma das cabines/camarotes oferecidas ao Palmeiras para a partida teve a porta arrancada ao final do jogo. “Fui chamado por um funcionário do estádio assim que ele viu a porta sendo arrancada. Eu, então, questionei o segurança do Palmeiras sobre o que havia acontecido e ele alegou que arrancaram a porta porque ela havia travado e não tinha como o pessoal sair”, relata.
O diretor da Arena Capivari também explicou que todo o tratamento do gramado do estádio foi feito por uma equipe do Palmeiras e que isso teria acontecido antes de cada jogo do time na cidade. “Depois que a Federação anunciou que o Palmeiras jogaria em Capivari, os dirigentes do time visitaram a cidade e acharam que o gramado da Arena deveria ter melhorias. Então, eles mesmos se disponibilizaram para roçar e riscar o campo antes dos jogos”, afirma.
De acordo com o prefeito de Capivari, Rodrigo Proença, os prejuízos na Arena devem ser computados até a próxima semana. “Acredito que o valor a se gastar com reparos no vestiário e camarote não seja exorbitante, mas é uma falta de respeito danificar um espaço que é administrado pelo Executivo e que, portanto, demanda recursos públicos para qualquer manutenção ou reforma”, diz.
A assessoria de imprensa da Sociedade Esportiva Palmeiras foi procurada pela reportagem d’O Semanário na tarde de quinta-feira, 17, para comentar o caso, mas até o fechamento desta edição, não retornou o e-mail. Por telefone, um dos assessores disse que a diretoria estava analisando se o clube se posicionaria.
Contraponto
O Palmeiras decidiu pagar as passagens aéreas de volta ao Acre para o Galvez, time que o Verdão eliminou da Copinha no domingo, 13, com uma vitória por 3 a 0. A diretoria se sensibilizou com a história do time acreano.
O Galvez também ganhará chuteiras e bolas oferecidas pelo Palmeiras. A delegação ainda conheceu a arena do Palmeiras, na passagem por São Paulo, na segunda-feira, 14.
Depois da partida contra o Palmeiras, Oziel Moreira, técnico do Galvez, desabafou em entrevista ao SporTV e relatou o problema enfrentado pela delegação. “A gente não tem passagem para voltar, queria pedir desculpas para o povo do Acre por não conseguir levar o time para a quarta fase – disse o treinador, que já fez história em classificar a equipe acreana para a terceira fase da competição.
As passagens de volta tinham sido compradas supondo que o time seria eliminado na fase de grupos. O clube só conseguiu o reembolso de 30% do valor pago, segundo o treinador.
As duas equipes ficaram hospedadas no mesmo hotel e se alimentaram no mesmo restaurante (Doriga’s) durante a competição.