Os paradigmas morais estabelecidos por Deus são contrários à natureza humana. Os homens cultivam pensamentos, criam hábitos consonantes à degeneração moral da sua época. Inversamente, com a mesma progressão aritmética será o distanciamento da “moral” dos homens do padrão moral de Deus. Esta é a causa de considerarmos os ensinos de Cristo obtusos, anacrônicos e inexequíveis. Os judeus do século 1 tinham tal preconceito que sua religião não lhes permitia entrar em contato com os gentios e samaritanos para ensinar-lhes sobre o amor de Deus. Alguns ainda hoje creem que negros e gays são indignos de ouvirem sobre o amor divino extensivos a eles e a nós pecadores. Todos os que assim pensam ou procedem estão distantes da moral divina. As bem-aventuranças ensinadas por Cristo são exemplos claros da inversão de valores e do quanto estamos longe do padrão divino da moral. Ouçamos o que diz Deus: “Deixe o ímpio os seus pensamentos… os meus pensamentos são mais altos do que os vossos pensamentos.” “Eu sei os pensamentos que tenho para vós, pensamento de paz e não de mal, para vos dar um futuro.” (Is 55:7,8; Jr 29:11). Pelo contexto de ambos os livros vê-se que Deus estava Se dirigindo a um povo erradio, obstinado, mas estava declarando que tinha bons planos para esses desobedientes. Curando a mulher cananéia, (não da alta estirpe judia) e declarando que veio para salvar os perdidos Jesus mostrou que as castas são aborrecíveis. Todos são filhos amados. Ele quer que todos sejam salvos (Ez 33:11).
Jesus era o exemplo vivo de moral mais alta. Andou pela Terra fazendo o bem, curava cegos, aleijados, paralíticos, multiplicou pães matando a fome dos ouvintes, por isso tentaram fazê-Lo rei, mas Ele não aceitou o status, o ganho, o destaque político; desaparecia diante dessas aclamações. Vejam como os políticos se digladiam hoje. Os Seus discípulos contenderam por status mais importantes no reino, então Jesus ensinou: “todo aquele que quiser ser grande…” “ser o primeiro seja o servo” (Mt 22:20-28).
Como exemplo, Jesus preferiu antes ser escarnecido, perseguido e morto do que sacrificar um mandamento moral sequer, falar ou mesmo insinuar qualquer deslize do que é correto.
O Mestre disse: “Não cuideis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10:34). Jesus não tinha culpa alguma, portanto tinha paz interior, mesmo quando diante de Pilatos e até no momento crucial Ele tinha paz, era o “Príncipe da Paz” (Is 9:6), no entanto Seus ensinos e virtudes causam divisão. A natureza humana está degenerada pelos costumes, é inversa ao perdão, à retribuir o mal com o bem, não se sente bem junto aos bons. Assim mataram a Cristo porque era, opostamente a eles, bom, Nero, o sanguinário, decapitou S. Paulo e Tiago; os inquisidores banhavam cristãos com óleo para queimá-los, serraram-nos, arrancavam-lhes os membros esticando-os com cordas… A humanidade é tão avessa aos valores morais de Deus que matavam cristãos pensando estar fazendo um favor a Deus.
Assim será na futura inquisição predita pela Bíblia ( Lc 16:12; Ap. 13:15-18). Como Jesus disse: “no Mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo, Eu venci o Mundo” (Jão 16:33). E conforta Seus seguidores: “Bem aventurados sois, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa” (Mt 5:11).
Nas escolas e faculdades ministra-se a teoria do evolucionismo e proíbe-se a do criacionismo, defendem o ensino da teoria ideologia do gênero, mas negam o direito de defender a ciência de que só há os sexos masculino e feminino; lutam pelo direito de instruir sobre o satanismo na escola, porém proíbem lecionar sobre o Deus Criador e Sua morte na cruz para salvar. Vão a juízo e processam aqueles que expressam suas ideias, quando contrárias às deles, cerceando assim o direito de expressão de pensamento preconizada na Constituição Nacional (Artº 5º § IV). Isto é punível pelo Artº 5º § XL).
A inversão de valores é tão gritante que o mau é tido por bom e o bom por mau, mas ”Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal, que fazem da escuridade luz e da luz escuridade…” (Is 5:20).
ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História
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