Se antes colocávamos apenas São Paulo e Inter como favoritos ao título brasileiro hoje devemos considerar outras equipes na busca pelo troféu. Palmeiras, Flamengo e Grêmio tem chances não só matemáticas, como também técnicas, táticas, físicas e emocionais de conquistar o Brasileirão. Desses cinco postulantes, vejo o Palmeiras em um momento mais positivo de crescimento. Só que, mais do que isso, penso que São Paulo e Internacional estão caindo, piorando, perdendo desempenho.
Parto sempre de que o jogo de futebol é caótico, imprevisível e suas ações são aleatórias. Por mais que possamos sempre estudar e tentar entender padrões de comportamentos coletivos é a falta de certeza do que exatamente vai acontecer dentro das quatro linhas que torna o futebol tão apaixonante mundo afora.
E dentro dessa complexidade, uma equipe se comporta como um sistema: ou ele está evoluindo ou está piorando. Não tem meio termo. Se um time de futebol não está criando novas relações entre si, jogando melhor, criando novas maneiras de resolver os problemas do jogo ela está pior. Primeiro, porque os adversários aprender a neutralizar os seus pontos fortes. Segundo, porque você passa a não ter condições de ganhar de outras equipes que estejam evoluindo.
São Paulo e Internacional estão exatamente neste contexto: não há evolução no jogar dessas equipes. Pode-se reduzir a análise Tricolor, por exemplo, aos desfalques. Ok, até concordo que Everton e Rojas fazem falta. Sem eles, não há escape pelos lados do campo. Mas é justamente aí que a equipe tem que evoluir como um todo para criar novas relações e ter alta performance. O Inter é a mesma coisa. Pode-se falar que as rápidas transições e a maneira intensa de jogar com e sem a bola dos gaúchos geram um ‘cansaço’ muito grande. Prefiro ver que não há apenas um problema para explicar a queda de rendimento e sim algo maior e complexo para traduzir a derrota para a Chapecoense e o empate contra o Corinthians.
O Campeonato Brasileiro não vai ser decidido na sorte. Ficará com o caneco quem evoluir mais nas últimas rodadas. É a força mental e a crença nas suas próprias forças; são novas ideias táticas, é o aprimoramento físico e técnico de jogadores que são chaves. É tudo junto e ao mesmo tempo. Esse é o complexo, mas possível de ser entendido, futebol.
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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