O jornal O Semanário finaliza nesta semana, a série de entrevistas com os vereadores de Rafard. Aos 59 anos, Mario Severino da Silva, é o mais vivido em idade, 59 anos, mas é um novato na política. Militante do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), foi o mais votado nas eleições de 2016, com uma campanha sem promessas e o objetivo de fazer diferente no Legislativo.
Suas decisões, como ele faz questão de sempre mencionar, são realizadas conforme a vontade de Deus. Foi um dos pioneiros nos embates políticos à atual administração, a qual ele cita como despreparada para gerir o município e com falta de transparência.
Sem perspectivas positivas para Rafard no atual cenário político, Mario convoca os jovens e pessoas de bem para participar mais ativamente e fazerem a sua parte. Confira entrevista na íntegra:
O Semanário – De 2017 para cá, entre tudo o que fez como vereador, o que considera como principal?
Mario – O propósito de estar na política sempre foi o de ser exemplo aos jovens e pessoas de caráter, no sentido de que todos devem dar sua parcela de contribuição, com o intuito de cuidar de nossa cidade. Deixar de apenas criticar, sair da zona de conforto, e se colocar à disposição para ajudar. Estar na política, nada mais é dar continuidade ao um estilo de vida já adotado: em nosso lar, no nosso trabalho, na comunidade etc., e é isso que tenho feito. A única promessa que fiz, quando perguntado, foi a de que jamais me deixaria levar por propostas que venham contra o caráter de Deus, e isso é fácil cumprir!
O Semanário – Tem conseguido pôr em prática as propostas apresentadas à população nas eleições de 2016, quando ainda pleiteava um cargo no Legislativo?
Mario – Creio que sim, até porque, como declarei acima, nunca prometi nada, sempre me coloquei à disposição para ser útil, numa função que é exercida coletivamente. Não há que se pensar em individualidade, caso contrário estaria promovendo uma competição.
O Semanário – De modo geral, que análise você faz sobre a atuação do Legislativo nesses 20 meses de gestão?
Mario – Sempre deixei bem transparente aos meus pares, que o trabalho tinha que ser exercido em conjunto, independentemente dos ideais políticos. Passamos por um ano turbulento, de divergências, e de aprendizado, mas o resultado foi positivo, levando a um Legislativo pautado na coerência das decisões, a começar pelos requerimentos, proposto por mim, que são assinados por todos os vereadores. As comissões, diferentes das anteriores (conforme informações) exercem as funções a elas atribuídas, com reuniões regulares, discutindo e avaliando as questões, até uma conclusão coerente.
O Semanário – Até agora, como avalia o trabalho do atual governo municipal?
Mario – Deixo essa avaliação ao povo em geral, que foi quem o colocou nesse cargo.
O Semanário – O senhor se considera situação ou oposição ao atual governo? Por que?
Mario – Tenho o princípio de que fui eleito pelo povo, para legislar para o povo e com o povo, tudo em prol do município. Creio que não deva ter lados opostos e sim opiniões diferentes, mas com o mesmo objetivo. Não podemos deixar que os partidos ou o sistema, ditem regras para nós.
O Semanário – Alguns vereadores falaram em perseguição política do atual governo, o senhor sofreu algo nesse sentido? O que?
Mario – Não!
O Semanário – Na sua visão, qual a maior dificuldade no relacionamento com o prefeito Uil Maia?
Mario – Falta de transparência e de capacidade de gerir e administrar um município.
O Semanário – Qual a maior dificuldade em conseguir recursos para o município?
Mario – Todos sabem que existe uma contraproposta para sermos agraciados com emendas, que é o voto. Uma cidade com o número de eleitores como a nossa, irá atrair a atenção dos ‘nossos representantes’? Não. Disse isso quando tive oportunidade, aos deputados e seus assessores. Senti-me pedindo esmolas. Mas quero agradecer aos nobres colegas que conseguiram convencer seus parceiros a investirem na nossa cidade.
O Semanário – O senhor é a favor ou contra a reabertura da Unidade Básica de Saúde 24h em Rafard?
Mario – É inviável, uma vez que o atendimento é apenas em caráter ambulatorial. E mais, precisamos ter o aval da DRS-10. Mas, essa matéria foi proposta explorada pelos três candidatos. Então, é obrigação do atual governo cumprir com o que prometeu. Senão, vejamos: ‘É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir’, Provérbios 5:5; ‘Promessa tem que ser cumprida, se não vai ou não pode cumprir, não prometa’, LaryKramer; ‘Não prometa quando você não pode cumprir, não prometa quando você não vai cumprir e por fim nunca faça promessas se no final de tudo não pretende cumprir com a promessa feita’, Natanael Castro.
O Semanário – Em sua opinião, já que Rafard não conta com especialidades, não seria mais viável financeiramente fazer o repasse para a Santa Casa, que é o hospital referência para os casos mais graves?
Mario – Inicialmente penso que sim! Mas não podemos dizer que a falta da ajuda do município seja o causador do caos em que se encontra a Santa Casa. Esse desencontro vem de muito tempo. Algo deve estar errado, precisamos procurar a origem do problema, para que, inclusive com ajuda da DRS-10, achemos uma solução. Sou totalmente contra o fechamento da mesma, mas talvez seja preciso uma medida mais drástica, para que nossos governantes acordem, sentem e entrem num consenso.
O Semanário – Quais os seus principais projetos apresentados como vereador?
Mario – Não tive o tempo necessário para apresentar um projeto que viesse de encontro com as necessidades do município, até porque penso em propor algo que venha solucionar um problema. Tenho uma preocupação especial com a área da Educação, que depois da estrutura familiar, é o que dá base para a formação do homem. Tenho projeto também com relação à Segurança e a Saúde, mas, para que isso se concretize, precisamos de um Executivo comprometido com o bem-estar do município.
O Semanário – Quais as suas expectativas quanto ao futuro de Rafard quando se fala em:
Água – Péssima! O que podemos fazer é nos conscientizarmos para não estarmos desperdiçando esse líquido tão precioso, no mais a própria natureza vai responder.
Emprego e renda – Sem um bom governo, não iremos conseguir atrair os empresários para que invistam na cidade, até porque eles vêm pensando no bem próprio, e em contrapartida, pode até empregar algumas pessoas; tudo é uma troca, infelizmente.
Usina – Já houve época (dos nossos pais) em que ela foi benéfica ao município. Hoje, ela mais prejudica com o barulho, sujeira etc. Sem falar do absurdo, de ter destruído um bairro (Bate-pau), e fechado o acesso à Fazenda Leopoldina; promovido depredação de patrimônio, entre outras barbáries.
Comércio – Sem incentivo, não há como esperar melhoras.
Indústria – Devemos estruturar a área industrial para que possamos atrair os investidores ao nosso município. Penso também, que devamos dar oportunidades para as empresas de pequeno porte (empresas de fundo de quintal), de nossa cidade.
Cultura e Turismo, Esporte, Lazer – Admiro as pessoas que tem lutado pela valorização dessas áreas, como é um desejo meu como cidadão. Mas a má administração reflete em todo departamento, então para ter sucesso, precisa-se de pessoas capacitadas para gerir e administrar nosso município.
Saúde – idem.
O Semanário – Considerações finais.
Mario – Relutei para não responder as perguntas, pois não tenho perspectivas positivas com relação ao futuro do nosso governo municipal. É triste dizer isso, mas eu, mais do que ninguém, quero uma cidade que seja vista por todos, como a cidade coração ‘sadio’. Por isso, mais uma vez, conclamo aos jovens, homens de bem de nossa cidade que façam a sua parte, assim como estou fazendo. E ao povo, que estejam atentos na hora de analisar seus candidatos e não aceitarem promessas e sim ver o caráter da pessoa. Mesmo assim, não será apenas isso que dará garantia a um governo perfeito, mas creio eu, mais coerente.
