Editorial

A espera de uma segunda chance

09/03/2018

A espera de uma segunda chance

EDITORIAL | O desabafo do vereador e médico, Dr. Guacyro, durante a sessão da Câmara de Capivari, na última segunda-feira, 5, foi a voz de milhares de pessoas frente ao caos na saúde pública e descaso com a vida.

“A gente vê vidas indo embora por falta de atendimento em especialidades, não adianta alguns casos na Santa Casa o médico pedir UTI e as famílias acreditarem que a Unimed dará conta porque a nossa UTI não atende média e alta complexidade, e na Central de Vagas tem duas regulações, municipal em Piracicaba e estadual em todo o Estado, nós mal conseguimos na municipal”, afirmou o médico.

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Neste jogo de empurra, onde o município não tem ou não quer ter a responsabilidade, fica na dependência do hospital referência da região, que está saturado e, por sua vez, transfere a responsabilidade para o Estado, que se encontra da mesma forma ou até pior. Resultado, pessoas continuam morrendo na esperança de uma segunda chance.

No último domingo, 4, um rafardense foi vítima deste descaso. Mais uma vida que tinha o direito de receber todo cuidado necessário para continuar a viver, partiu por falta de um tratamento digno.

Enquanto todos estão preocupados com a cirurgia no ‘pé de ouro’ do Neymar, vidas escorrem pelo ralo, como se fossem parte do esgoto, que da mesma forma, não recebem o tratamento e cuidado adequado.

Como bem disse Dr. Guacyro, o número de pessoas que já morreram na Santa Casa de Misericórdia de Capivari à espera de um leito de UTI, daria um livro. A revolta não serve de conforto para os que ficam, mas essas famílias são obrigadas a conviver com a angústia de imaginar se o seu ente querido teria ou não sobrevivido caso recebesse o atendimento e suporte necessário.

O que os chefes do Executivo e as autoridades municipais estão fazendo para resolver essa questão? A população está cansada de ver ‘os nobres edis’ paparicando governadores e deputados em fotos e vídeos, divulgados nos veículos de imprensa e nas redes sociais. É preciso e já passou da hora de uma mobilização regional e ações concretas para mudar esse cenário.

Enquanto isso, resta torcer para não ser o próximo da fila.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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