28/01/2017
Inadimplência aumenta em 25,2%; veja sete passos para organizar a vida financeira
Doutor em educação financeira explica o que os brasileiros devem saber e fazer para corrigir hábitos errados na administração dos recursos financeirosEm 2016, o número de famílias inadimplentes aumentou 25,2% em relação ao ano anterior, segundo a Peic Anual divulgada na terça-feira, 24, pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens). Diante deste complexo problema, o educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, dá orientações para organizar a vida financeira.
“Nesse momento, não adianta ficar achando culpados; é hora de arregaçar as mangas e ir atrás do prejuízo. O grande segredo é corrigir a causa do problema, não somente as consequências”, explica. Em outras palavras, as pessoas precisam começar a entender que, se bem usadas, as ferramentas de crédito são vantajosas; a questão principal é que a maioria não teve uma base de conhecimento sobre o assunto.
“O que os brasileiros devem fazer é se informar mais, para corrigir hábitos e comportamentos errôneos e enraizados em relação ao uso e à administração dos recursos financeiros, que os levam a pagar juros altíssimos e, consequentemente, à inadimplência”, complementa o educador financeiro.
Com base em seus anos de experiência trabalhando com comportamento financeiro, Domingos listou sete passos para sair dessa situação e organizar a vida financeira:
1 – O primeiro passo, antes de mesmo de estabelecer um planejamento para quitar as dívidas em atraso, é refletir sobre os hábitos e comportamentos que levaram a pessoa a chegar nessa situação. Para isso, é importante fazer um diagnóstico financeiro e conhecer, definitivamente, de que forma gasta seu dinheiro. Portanto, o inadimplente deve:
2 – Anotar durante 30 dias todos os gastos que tiver, separando por tipo de despesa. Isso inclui gastos “pequenos”, que podem até ser considerado menos importantes, como gorjetas e guloseimas, pois no final do período será possível compreender de que forma, efetivamente, seu dinheiro está sendo gasto. Este é o diagnóstico financeiro;
3 – Relacionar, no mínimo, três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo (acima de dez anos) prazo, sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas;
4 – Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, saber quais gastos poderá diminuir ou até mesmo eliminar para poder poupar, mensalmente, para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha que fazer outra dívida;
5 – Aplicar esse dinheiro em um investimento que seja coerente ao tipo de objetivo (prazo) e ao perfil do investidor. É importante consultar um especialista;
6 – Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possuir, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel) e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas como prioridade para pagamento;
7 – Ter em mente que só se deve pagar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar.