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Comemorações V

18/11/2016

Comemorações V

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Com a escravatura de talentos, escolhida a dedo nas feiras do Valongo o padre sesmeiro promoveu a fundação de grande e poderosa fazenda canavieira, sob a invocação de São João Batista do Itapeva. Com as pedras existentes nos arredores, foram construídos: o açude, a casa do engenho, as senzalas, a pavimentação dos estábulos, os muros da horta, dos pomares, as calçadas, embarcadouro no Capivari; ao lado da casa grande, feita de grossas paredes de taipa socada, com a dupla finalidade de proteger do calor solar no verão, e do frio no inverno, edificou-se a capelinha do Itapeva, única que existiu em Capivari até Agosto de 1820.
A capelinha do Itapeva existe até hoje. A gerência da Usina de Raffard, proprietária das referidas terras, tem conservado carinhosamente a centenária igrejinha, principalmente durante a administração do atual diretor da Cia. Francesa, o engenheiro Pierre Resmond. O Padre Ferreira era, como dissemos, figura de prol na sociedade colonial. Frequentava assiduamente o palácio do governo ao tempo do Capitão-General Franca e Horta, ao qual era muito afeiçoado, e a conselho de quem organizou em 1810, uma expedição fluvial pelo Tietê, em busca de índios e ouro. Conquanto ele não mencione, em seu relatório, que esta sua navegação visava também pesquisa do vil metal, sempre é certo que tal era um dos objetivos dela, conforme informa o Capitão-Mor de Porto Feliz a respeito dessas viagens catequéticas: “e desanimando isto aos camaradas, determinaram voltar sem demora, certos da loucura do Padre por querer sem responsabilidades negociar com os Bugres e descobrir algum metal em semelhantes perigos.” A bandeira do Padre, constituída de cinco canoas e trinta tripulantes, deixou o porto de Itapeva e rumou Tietê abaixo, repetindo a façanha dos heróicos sertanistas do secular anterior, porém sem êxito algum, antes com bastante infelicidade, pois conheceu o lado amargo daqueles penosos trabalhos, o das enfermidades que perseguiam os exploradores do sertão.
Diz ele na missiva que a respeito desta empresa enviou, de Capivari, ao Governador de São Paulo:- “Cheguei ao Paraná, e falei aos chefes de um alojamento de selvagens situado na margem ocidental abaixo do Salto de Uruvupungá: tratando-os, e aos mesmos selvagens, com toda ternura e agasalho, e deles recebendo sinceras demonstrações de confiança e fidelidade, e desta aldeia, trouxe comigo 18 selvagens, entre homens e mulheres, e cinco menores; e depois de persuadir os chefes que deixassem aqueles bárbaros sertões, me assegurando que para o ano os fosse buscar levando 10 canoas grandes para eles virem com a sua gente, e mantimento proporcionado para eles comerem durante o caminho, e que alem dos desta Aldeia, haviam de convocar mais gente de duas Aldeias situadas acima do Salto de Uruvupungá, que vivem debaixo do seu manto, e de que três grandes Aldeias, estas no rio Sucuriú, sujeitas a outros Chefes. Segue.

Cidadania
No próximo artigo, comentaremos assuntos importantíssimos sobre a Fazenda São Bernardo.

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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