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‘Está cada vez pior frequentar a feira aos domingos’, desabafa moradora

08/07/2016

‘Está cada vez pior frequentar a feira aos domingos’, desabafa moradora

Prefeitura de Capivari não se pronunciou sobre o caso; moradores e comerciantes pedem mais segurança e trabalho social

Feira livre acontece todos os domingos em Capivari (Foto: Ivanete Cardoso)
Feira livre acontece todos os domingos em Capivari (Foto: Ivanete Cardoso)

CAPIVARI | Os mais de 30 comerciantes que participam da feira livre aos domingos, em Capivari, não enfrentam só a queda nas vendas por conta da crise econômica, mas também outro agravante que está afastando os clientes. Há meses, o número de pedintes e usuários de drogas vem aumentando. Eles ficam agrupados nas proximidades.
Todos os domingos, dezenas de jovens, adolescentes e adultos abordam os frequentadores da feira e pedem para olhar os carros em troca de dinheiro. Muitos deles não aceitam valores baixos ou moedas, chegando a exigir de R$ 2 a R$ 5. Em vários casos, muitos consomem bebidas e drogas ali mesmo, encostados nos carros.
A mudança no cenário da feira tem causado transtornos para quem é feirante e para quem vai às compras no local. “Está cada vez pior vir na feira aos domingos, em Capivari. A gente chega e não dá tempo de desligar o carro que já tem dois, três, até quatro deles pedindo para olhar o carro”, reclama a moradora Idalice A. Santana Servelim.
Os feirantes também afirmam que estão sendo prejudicados e que muitos de seus compradores estão reclamando da situação. É o que explica o comerciante Silvestre Marcon Doaliari, que há mais de 35 anos é feirante em Capivari. “Isso nunca foi assim. Eles chegam a obrigar o cliente a dar dinheiro. Eu tenho um freguês que comprava mais de dez caixas de alface por domingo aqui na feira, mas ele deixou de vir porque se sentiu ameaçado por eles quando não quis dar dinheiro”, conta o feirante, que possui uma barraca de frutas, verduras e legumes.
Para a comerciante Maria José Figueiredo, dona da primeira barraca de bijuterias, roupas e aviamentos, a presença com mais frequência da Guarda Municipal poderia diminuir o problema. “Está bem complicado e muita gente reclama, mas acaba dando o dinheiro porque fica com medo. Talvez com a presença da Guarda mais tempo aqui na feira, isso pudesse diminuir”, aposta a comerciante com mais de 20 anos de trabalho na feira.
Os feirantes também pedem que a Prefeitura, através do Serviço Social faça um trabalho de abordagem destas pessoas. “Nós sabemos que muitos deles têm problemas com drogas e bebidas. São seres humanos e precisam de ajuda. Está na hora de ter um projeto ou uma acolhida de funcionários que venham aqui e tentem ajudar estas pessoas”, desabafa Doaliari.
Para piorar a situação, os feirantes também reclamam da falta de segurança e auxílio para a montagem das barracas durante a madrugada. “Nós chegamos aqui antes das três da madrugada. E para fechar a rua nós mesmos colocamos o caminhão atravessado na rua para impedir que os carros passem. Se não for assim, muitos passam de carro em alta velocidade e levam tudo que tem pela frente. Estamos um pouco abandonados aqui, e ainda para piorar tem a questão dos que pedem dinheiro logo cedo para olhar os carros”, reclama outro feirante que preferiu não se identificar.
O assunto foi tema na tribuna livre da Câmara de Capivari. Nas duas últimas sessões antes do recesso, o vereador Telêmaco Borsari disse que faltam ações de segurança e abordagem de agentes de programas sociais nas feiras aos domingos.

Nota da Redação
Indagada sobre o problema, mesmo após contatos via e-mail e telefone, a assessoria de Imprensa da Prefeitura de Capivari não retornou aos questionamentos e sequer enviou algum pronunciamento oficial.

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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