07/05/2016
ESPAÇO DO LEITOR
Capivari, 18 de abril de 2016.
Ao Excelentíssimo Sr. Governador Geraldo Alckmin,
Nós, professores e funcionários da Escola Estadual Prof.ª Maria Januária Vaz Tuccori, do município de Capivari, vimos, por meio desta nos manifestar de maneira contrária ao projeto de educação que vem sendo construído ao longo do seu mandato. A desvalorização dos professores e funcionários está sendo sentida pelo fato de estes não terem um reajuste salarial digno e justo nos últimos anos, nem no nível de reposição inflacionária, e também ao não cumprimento do projeto de lei que prevê uma bonificação proporcional de até 2,9 salários extras para as instituições que atingirem a meta proposta pelo Idesp.
Percebemos nas ações educacionais atuais uma má-fé mesclada com descaso. Depois da greve dos professores, das ocupações das escolas pelos estudantes, das denúncias sobre o esquema de merenda e do uso de jatinhos para fim particulares, Vossa Excelência entrou em guerra com a classe, reprimindo-nos cada vez mais. Isso é perceptível devia à retirada das impressoras das unidades escolares, ao cancelamento do projeto do Acessa, pela obrigatoriedade a cursos de reciclagem por parte dos professores que boicotaram o Saresp. Tudo isso nos parece uma vingança mesquinha e não condiz com a postura que se espera de um representante de estado. O projeto de educação proposto pela atual administração não nos representa e não garante acessibilidade aos nossos alunos a aulas de qualidade, já que, pelo congelamento dos salários e pela não equiparação dos mesmos aos de outros profissionais de nível superior, somos obrigados a acumular cargos e nos encontramos exaustos para garantirmos o aprendizado de que nossos alunos necessitam.
Ainda, em vários manuais, voltados para orientação dos docentes, produzidos pelo próprio Ministério da Educação muitas das mudanças que deveriam ocorrer para uma verdadeira transformação da educação, observamos a necessidade de uma formação continuada dos docentes. No entanto, diante de salários arrochados, um educador se vê obrigado a ministrar inúmeras aulas, não sobrando tempo nem dinheiro para poder se dedicar a própria formação, tampouco dedicar-se a atualizações necessárias. Além disso, num pronunciamento do secretário da Educação de São Paulo, em coletiva na última semana de março deste ano, a respeito do bônus, o mesmo alegou que se caso os educadores deflagrassem uma greve os alunos seriam prejudicados. Porém, certas medidas que o governo toma, muitas vezes sem avaliar o ponto de vista dos professores e funcionários, prejudica diretamente os alunos. Novamente, a responsabilidade quanto aos resultados (sucesso) da educação do estado está sendo atribuída aos educadores e não aos governos que subsidiam a nossa ação.
Agradecemos a atenção e aguardamos uma resposta.