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Rafard – Memórias de um grande Seresteiro

22/01/2016

Rafard – Memórias de um grande Seresteiro

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Embora tenhamos em mente muitas lembranças dos passados anos da nossa infância a serem relatados, nos penitenciando pela demora em publicá-los, pois há algum tempo – atendendo á nosso pedido – temos em mãos os relatos manuscritos pelo leal amigo Joel Ferreira, sobre alguns fatos aqui ocorridos e que transcreveremos na íntegra a partir do título: “Tal pai – tal filho” – Histórias, curiosidades e lembranças das serestas e seresteiros rafardenses, sendo o pioneiro Ezechiel Ferreira.
Meu nome é Joel Ferreira, nascido na Rua Tietê n. 14, no dia 15 de Fevereiro de 1931 e, conforme consta, em um domingo de carnaval e meu pai estava tocando em uma matinê do União Rafardense Futebol Clube. Meu pai tocava violão, mas nos bailes e no carnaval, ele tocava cuíca.
O salão ficava na Rua Moraes Barros e quando o avisaram que a cegonha estava chegando ele aproveitou chamar a Dna. Natalina, parteira.
Até onde minha lembrança consegue chegar – eu devia ter 4 ou 5 anos – quando meu pai recebia seus amigos em nossa casa, para fazer o que eles chamavam de tocada. A seresta estava começando. O companheiro mais assíduo era Américo Bertoline que tocava bandolim e que ficou compadre do meu pai, pois batizou minha irmã mais velha. Outros que frequentavam aquelas reuniões musicais eram: Saul Ricomini que só cantava e Olivo Luchi que tocava um instrumento de sopro. Outros violonistas daquela época eram: João Amaral e Toninho Carreira.
Conforme escrevi em minha coluna: ”História da MPB”, no Jornal Integração de Tatuí (veja xérox na próxima edição), meu pai foi o mais conhecido tocador de violão, fazedor de serenatas e fazedor de modinhas naquela época em Rafard. Foi também marcador de quadrilha nas festas de São João.
Trecho de uma modinha que ele cantava:- “Já é tarde ó mulher não se levante / Que eu não venho perturbar o seu tranquilo sono / Deixe o pobre que por esta rua vague / Buscando a mágoa esquecer neste abandono.
Qualquer acontecimento fora do comum na cidade, meu pai já fazia uns versos ou uma moda como “A morte de João Quadros” letra de meu pai e música de Benedito Pereira seu primo, que morava em Capivari, mas trabalhava no Engenho.
“No dia 12 de Setembro me doeu o coração / de um horroroso crime que abalou a povoação / não teve quem não sentisse desta triste judiação. – O coitado do João Quadros de nada sabia então / Ele foi, lá no Engenho, deu ordens na repartição / Depois voltou para casa pra fazer sua refeição. – O coitado do João Quadros não esperava a traição/ Quando ele ia passando, cumprimentou com a mão / Mas o Marco deu uma facada que varou seu coração. – Chamaram Capivari logo depois da agressão / Veio o Dr. Delegado com polícia e o escrivão / Mas o Marco tava seguro com o guarda do portão. – O Sr. Dr. Engenheiro comovido com a agressão, deu ordem para o carpinteiro fazer um lindo caixão / Pra sepultar o João Quadros, debaixo do frio chão. – Chorava sua família e sua mãe de bênção / chorava sua mulher a Sra. Dona Ascensão, por ver seu querido morto naquela situação.” – Na próxima semana concluiremos este trabalho.

Cidadania
Como de costume, nossa critica construtiva são dirigidas, não às pessoas, mas, aos erros que praticam de forma banal, que poderiam ser evitados, principalmente por prejudicarem a imagem da cidade em que residem e tomando como exemplos, a desobediência aos dias de colocarem nas ruas o material reciclável bem como; deixarem em demonstração de falta de boa educação cívica o resultado de podas nas árvores e mato retirados dos seus quintais. É decepcionante notarmos que pessoas que considerávamos – por suas origens e religiosidades – incapazes de assim procederem.
É dever de todos, cuidarem tão bem das vias publicas como de suas residências. Não sujando já estarão ajudando, já que a cidade não dispõe de varredores (as) e cortadores do capim que infestam as calçadas.
Vamos nos dar as mãos para unidos, colaborarmos também com o combate aos terríveis e temidos pernilongos que; mesmo na maioria dos casos sua picada não seja fatal (hemorrágica), poderá se repetir e deixar sequelas.
Esperamos que entendam e pratiquem ajudando com esta forma de cidadania, os seus semelhantes pelo que, antecipamos a nossa gratidão.

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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