23/10/2015
Polícia prende preventivamente empresário suspeito de mandar matar o prefeito de Elias Fausto
Em busca da identidade do assassino, Polícia Civil divulga retrato falado
ELIAS FAUSTO | A Polícia Civil revelou na manhã desta sexta-feira, 23, a identidade do suspeito de ser o mandante do assassinato do prefeito de Elias Fausto, Laércio Betarelli (58), mais conhecido como Dude.
O empresário do setor de loteamentos Sergio Vicente Picao (42), está preso preventivamente por 30 dias como principal suspeito pela morte do prefeito. Picão é também ex-presidente do PTB de Elias Fausto, mesmo partido do atual prefeito Antonio de Campos Bicudo (Tato), que assumiu a prefeitura após o homicídio.
Segundo a Polícia Civil, a motivação do crime, no entanto, foi econômica e não política. O desafeto entre o empresário e Betarelli ficavam explícitos nas redes sociais, onde ambos trocavam ofensas pessoais devido ao prefeito impedir a instalação de empreendimentos na cidade, que de acordo com a investigação da polícia, tinham irregularidades.
O suspeito está preso em Piracicaba desde a noite de quinta-feira, 22. Um jovem de 25 anos é o suspeito de ter disparado contra o prefeito, mas ele ainda não foi localizado. Um retrato falado do rapaz, feito a partir de relatos de testemunhas, foi divulgado pela Polícia Civil também nesta sexta.
Após o depoimento de testemunhas, a Polícia Civil chegou até o acusado através de imagens de câmeras de segurança e radares, que identificaram a placa do carro utilizado pelo assassino contratado, uma caminhonete Fiat Strada de cor branca. O veículo foi comprado na cidade de Indaiatuba pelo empresário Sérgio Picao dois dias antes do crime. A polícia relatou ainda que o suspeito tentou desfazer a compra, logo após a morte do prefeito, sem sucesso.
O utilitário era usado para acompanhar a rotina de Betarelli, segundo a polícia, e foi visto no local do assassinato. O veículo foi encontrado na manhã desta sexta-feira, 23, no Distrito de Cardeal. O Secretário de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o motorista da caminhonete seguiu o prefeito no dia do crime. “Temos fotos de radares que mostram o automóvel fazendo o mesmo caminho da vítima”, ressaltou.
“Temos indícios e fortes provas da motivação, do planejamento e da execução do crime”, afirmou o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes”. De início, a motivação foi econômica, mas transbordou para o lado pessoal. “As dificuldades que o prefeito representava a instalação dos loteamentos clandestinos levaram a ofensas pessoais”, relatou.
A polícia informou ainda que outros desafetos do prefeito ainda são investigados.
Outro lado
Picão negou participação no assassinato. O advogado do empresário afirmou ao G1, nesta sexta-feira, 23, que o suspeito alega inocência. “Ele negou a autoria do crime e acredita que o verdadeiro mandante será encontrado em breve”, disse Osvaldo Flausino Junior.
“Esse é um crime que me preocupa porque requer uma resposta rápida da polícia à sociedade. Nesse caso, temo que um inocente seja condenado”, disse. Questionado sobre as evidências mencionadas pela polícia e que teriam conduzido a investigação, o advogado de Picao afirmou que os fatos ainda estão nebulosos.