Opinião

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 7

18/09/2015

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 7

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

A morte é comparada ao sono, tanto no A.T. como no N.T. É na realidade uma metáfora bem adequada. Há 3 palavras no A.T. usadas para morte com o sentido de sono: “shachav”, a mais usada: “Despertado Jacó do seu sono… (Gn 28:11).”; “Disse o Senhor a Moisés: ‘Eis que estás para dormir com teus pais” (Dt 31:16), assim é usada para Davi, Jacó, etc. “Yashen” “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão” (Dn 12:2). A 3ª palavra é “shenah”: “O homem morre, fica prostrado, expira… onde está?… Assim o homem se deita e não se levanta; enquanto existirem céus não acordará.” (Jó 14:10-12). No N.T. é mais frequente a descrição da morte como um sono. O relato da esperança da ressurreição fortalece ainda mais a ideia da morte como um sono. No N.T. são usadas duas palavras: “Koimao”, usada 14 vezes, todas falando da morte como um sono. É interessante notar que desse substantivo grego deriva “Koimeeteerion”, que é vertido para o português “cemitério”, a palavra também pode ser traduzida por dormitório; e “Katheudein” que é “sono”. Na Bíblia é usada 5 vezes como o sono da morte (Mt 9:24; Mc 5:39; Lc 8:52; Ef 5:14; 1Ts 4:14).

A Bíblia registra sete pessoas que foram levantadas dentre os mortos (1 Rs 17:17-24; 2 Rs 4:25-37; Lc 7:11-15; 8:41-56; Jo 11:1-46), mas nenhuma teve alguma experiência a relatar sobre o período em que esteve morto, pois estava inconsciente. Nem mesmo Lázaro, o amigo de Jesus, de quem muitos esperavam por explicações, pois estivera quatro dias morto. O expert Robertson Nichol escreveu: “tivesse ele (Lázaro) aprendido alguma coisa do mundo dos espíritos, isso teria sido expressado por ele”. Ainda mais, teria também satisfeito a curiosidade dos ávidos saduceus e fariseus que debatiam calorosamente sobre os mortos. Quando Jesus Se referiu ao fato de ressuscitar Lázaro disse: “Lázaro nosso amigo adormeceu, mas vou despertá-lo”. Nos versos (13 e 14) Ele afirmou que Lázaro havia morrido e nos versos (43-44) torna mais evidente, mostrando, que o ressuscitado surgiu milagrosamente na saída da sepultura, atados os pés, o corpo, e até o seu rosto por um lençol. Em (1 Ts. 4:16) Paulo comenta sobre os acontecimentos por ocasião da volta de Jesus: “… descerá dos céus e os mortos ressuscitarão primeiro, quase num adendo ao que João fala (5:28) “…vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão. Nenhuma das pessoas ressurretas narrou qualquer vivência celestial ou infernal, nem mesmo de purgatório. O apóstolo Pedro comentando a respeito do rei Davi, o amigo de Deus, que havia morrido há muitos anos deixou as explícitas palavras: “Seja-me lícito falar claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje… Porque este Davi não subiu aos céus…” (At 2:29-34).

Lutero comentou sobre os mortos: “Assim como alguém que cai no sono e atinge a manhã sem esperar quando desperta, sem saber o que lhe ocorreu, de igual modo subitamente despertaremos no último dia sem saber como chegamos à morte e por ela passamos”. “Dormiremos até que Ele venha e bata na pequena tumba e diga: Doutor Martinho, erga-se! Então me levantarei num momento e serei feliz com Ele para sempre” Werke, XVII, II, 235 e p. 151.

Diz Dr. Samuelle Bacchiocchi: “A imortalidade não é uma posse humana inata, mas um atributo divino”. Como já citamos, Deus é “o único que possui a imortalidade” (1Tm 6:16). Quanto aos mortos, bons e maus, crentes ou incrédulos, estão como Davi, em estado inconsciente, não participando da vida deste Mundo porque nada sabem, não têm sentimento algum, nem amor, nem inveja, nem ódio, nem têm recompensa alguma (ver Ecl. 9:6-10). Estão aguardando o dia da volta de Jesus quando serão ressuscitados, alguns para a felicidade eterna, outros para receber a paga pelo mal feito (ver João 5:28-29). Esta era a esperança de Jó (19:25-27). O alerta paulino é: “a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade (Rm 2:7). Deus nos abençoe nesta busca pela eternidade!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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