Opinião

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 4

28/08/2015

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 4

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Continuemos respondendo às questões anteriores. Vimos que “nephesh”, “ruach” no hebraico do V.T. ou “pneuma” no grego, traduzida para o latim “anima” e para o português alma ou espírito jamais são empregadas para identificar alguma coisa nebulosa que vive após a morte do corpo. Neste artigo mostraremos que os animais também são nepheshes, eles também respiram como nós, tem um corpo e comem os elementos da terra, portanto são almas como os homens. Alma vivente como aplicado na Bíblia é ser vivente, em hebraico “nephesh hayyah”. Em Gen. 1:20, 21, 24 e 30 “nephesh hayyah” é traduzida por “ser vivente” referindo-se a animais, contudo alguns tradutores pós helenização, influenciados pelos filósofos gregos traduziram por criaturas viventes. Estudiosos do hebraico (Norman Snaith, Basil Atkinson e outros condenam duramente revisores da Versão Autorizada anotando que tanto o homem como o animal são almas, isto é são formados de corpo e do ar respirado. Quando falta uma dessas partes deixa de existir a alma vivente (ver Imortalidade ou Ressurreição – no final dos artigos darei uma bibliografia). Segundo Atkinson, expert em hebraico, o homem e o animal não são criaturas bipartites (corpo e alma).

Historiadores eclesiásticos revelam que essa teoria de que a alma se desincorpora para viver no espaço, no inferno ou no céu adveio dos pensamentos filosóficos gregos e foi introduzida no cristianismo pelos pais da igreja que eram influenciados por Platão e Aristóteles. Filósofos do período moderno e pós-moderno também têm atacado a eternidade da alma. John W. Cooper, cristão filosofando diz: “Os liberais rejeitam o dualismo como fora de moda e não é mais sustentável intelectualmente”. Cientistas desafiam a crença na vida da alma fora do corpo, e mostram que a consciência humana depende do cérebro e por ocasião da morte este órgão para de funcionar não havendo, portanto alguma entidade consciente. O que possibilita ao homem falar? O cérebro, a audição para aprender; a língua o céu e o formato da boca, enfim, os órgãos fônicos. Na morte o corpo se desfaz como pode alguma coisa etérea e fantasmagórica falar?

Alguém fala, mas não o morto. Como diz Cooper: “… a doutrina afirmada pela maior parte da igreja cristã desde seus primórdios é falsa… o que milhões de cristãos creem que se dará quando morrerem é também um engano… suas crenças sobre o além-túmulo devem ser descartadas. Se a alma não… pode ser desligada de seu corpo, então na realidade não existimos entre a morte e a ressurreição, seja com Cristo ou em alguma parte, consciente ou inconscientemente… J.W. Cooper. The Body, Soul and the Life Everlasting, 3.

Note o leitor o que diz o sábio Salomão: “… são (os homens) em si mesmo como os animais… o que acontece ao homem acontece com aos animais. Todos têm o mesmo fôlego, e nenhuma vantagem têm os homens sobre os animais, como morre um, assim morre o outro… Todos vão para o mesmo lugar… Ecl. 3:18-21. “… os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa alguma, não têm jamais recompensa, sua memória ficou entregue ao esquecimento. O seu amor, ódio e sua inveja já pereceram; já não têm parte alguma do que se faz debaixo do Sol…

“Tudo o que vier à mão para fazer, faze conforme as tuas forças, pois na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Ecl. 9:5-10.

Baseados na Bíblia, ninguém pode afirmar que o espírito, ou alma de um falecido veio para curar, para arruinar, para ensinar ou conversar com os vivos. Biblicamente é impossível. Se alguém crê, baseado na filosofia grega ou numa fonte extra bíblica, eu respeito, é direito de cada um, porém tal crença é contrária ao que a Bíblia ensina. Veja mais o leitor: Diz Moisés: “Não haja entre ti quem faça passar seu filho… pelo fogo, nem adivinhador, nem prognosticador… nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte necromante (quem adivinha lendo traços do cadáver), nem mágico, nem quem consulte os mortos”. Dt 18:10-12. Em que você crê? Na Bíblia ou nos filósofos? Não há como conciliar, o leitor só pode aceitar uma. A escolha é sua!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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