24/08/2015
Rafard tem dois casos de aids, mas estimativa é de pelo menos 60 portadores do vírus causador da doença
Pessoas não querem ser expor e procuram tratamento em outras cidades, afirma a Diretoria de Saúde; no país, número de casos cresce entre os jovens
CAPIVARI/RAFARD | O número de pessoas contaminadas pelo vírus HIV subiu de dois para quatro neste ano em Rafard. Segundo a Diretoria de Saúde, há também dois casos suspeitos. As estimativas, porém, apontam que existem pelo menos 60 portadores do vírus na cidade, os quais ou não sabem que têm a doença ou são restritos quanto à exposição e optam por se tratar em hospitais especializados de cidades da região.
Apesar da queda no número de novos casos no mundo, o vírus tem se espalhado cada vez mais pelos jovens brasileiros. Segundo um relatório da Unaids, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o combate à aids, de 2004 a 2013, o número de casos aumentou 53% entre garotos de 15 a 19 anos. Por outro lado, de 2000 a 2014, o número de infecções no mundo caiu 35% e está hoje em dois milhões.
Aos soropositivos rafardenses, o poder público municipal oferece diversos serviços gratuitos, como exames médicos tanto para diagnóstico como para quem já sabe que é portador da doença, remédios, transporte para o Centro de Doenças Infecto-Contagiosas (Cedic), em Piracicaba, e para o hospital da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de acompanhamento psicológico.
Capivari
Em Capivari, os casos não fogem da realidade brasileira, onde a aids acomete todas as classes sociais e faixas etárias, segundo a Secretaria da Saúde. “Hoje podemos dizer que a transmissão vertical (de mãe para filho no parto) diminuiu bastante, confirmando assim a eficácia da política de tratamento durante a gestação, o parto cesariana e a medicação para a criança no primeiro mês de vida.”
Atualmente, a preocupação do Ambulatório de Prevenção e Tratamento de DST/HIV/Aids de Capivari, que também é nacional, é com os jovens de 15 a 24 anos. O setor lembra que uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com base em dados de 2013 mostrou que 94% dessa população sabem que a camisinha é a forma mais segura para evitar a doença, mas que 45% não a utilizam nas relações sexuais.
Questionada sobre o número de pessoas contaminadas no município, a Secretaria da Saúde não quis responder. Segundo a pasta, existem vários novos casos em Capivari, os quais compreendem todas as idades, com aumento na faixa de 15 a 30 anos. O Ambulatório fica na Rua Constituição, 323, Centro, e oferece atendimento médico, psicológico e com assistente social gratuito para quem tem aids.
O setor também realiza coleta de sangue para detectar HIV, sífilis, hepatite B e C; coleta de sangue para pacientes HIV+ que são CD4 e carga viral; entrega de medicamentos; fornecimento de leite para crianças de até um ano de mães soropositivo; fornecimento de suplementos alimentares para pacientes debilitados; distribuição de preservativo masculino e feminino, gel e folder sobre todas as DSTs.