26/06/2015
‘Ó abre alas que eu quero passar’
Que um dos papéis inerentes de um vereador é apresentar indicações, requerimentos e projetos todo mundo sabe. É sabido também que grande parte de tais proposituras visam agradar uma minoria, crucificando, muitas vezes, o dia a dia da maioria da população. Porém, tantos outros projetos, considerados inteligentes e benéficos, são aprovados e, sem a devida execução, caem no esquecimento, tornando-se apenas mais uma das milhares de leis.
Em Capivari, um projeto um tanto quanto polêmico apresentado pelo vereador Gillys Esquitini Scrocca será votado na próxima sessão, mas divide opiniões. O parlamentar quer proibir o tráfego de veículos de autoescola nas ruas do Centro em horários de pico. Segundo ele, para garantir a ordem pública e a segurança dos pedestres, além de minimizar o congestionamento de veículos.
Que o trânsito capivariano está um caos todo mundo concorda, mas transferir a responsabilidade de tal fato aos aprendizes e futuros motoristas é controverso. Verdade mesmo é que os causadores da situação do trânsito já são habilitados e, talvez, por falta de aulas práticas e estudos, desrespeitam as leis de trânsito, estacionam em vagas proibidas, não têm paciência de esperar o veículo da frente estacionar ou o que aguarda para sair de uma vaga, esquecem da seta quando fazem uma conversão. Esses sim são os responsáveis pela desordem no tráfego urbano, além é claro, dos que compõem a administração pública e deveriam apresentar soluções de mobilidade.
Falta reciclagem para motoristas e também pedestres. Falta também respeito, paciência e compreensão. Como bem disse o instrutor e proprietário de uma autoescola de Capivari, “os alunos precisam dirigir no Centro para perderem o medo e não guardarem a carteira de motorista na gaveta depois de habilitados”. É para se pensar!
Outro projeto importante apresentado pela vereadora Daniela Parra Anacleto, na Cidade Coração, diz respeito à conscientização na luta pela preservação do meio ambiente. A parceria com uma empresa que transforma o óleo de fritura em seis produtos diferentes, entre eles o óleo diesel, bonifica as escolas que realizarem a coleta, além é claro, do trabalho educacional e destinação correta. As crianças deverão levar o óleo usado em casa, acondicionado em garrafas pets e depositar em latões que ficarão nas escolas.
A destinação correta coibirá o descarte nas redes de esgoto, evitando a contaminação da água e do meio ambiente. A torcida é para que este não seja apenas mais um, dos diversos projetos semelhantes já apresentados, iniciados e que não deram certo.
Retornando à vizinha Capivari, vale ressaltar um fato que marcou a semana. Revoltante e assustador é informar que policiais militares, no cumprimento do seu dever de combater o tráfico de drogas, foram cercados e agredidos por moradores do bairro Santa Tereza D’Ávila, que atiraram pedras nas viaturas. A ação aconteceu após dois traficantes serem presos em uma residência.
Meus Deus, onde vamos parar? Cada vez mais o Brasil tira o poder de polícia dos órgãos policiais e a população perde o respeito a quem é pago para zelar pela sua segurança. É assustador, mas é a realidade.
A quem recorrer?