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Editorial: Desvio de foco e conduta

29/05/2015

Editorial: Desvio de foco e conduta

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

No meio da aflição objetiva de sobreviver nesta cidade, neste país, neste planeta, neste tempo, a serenidade e o amadurecimento repelem os velhos discursos bairristas de compaixão e ajuda mútua, proferidos pelos nobres representantes da população.

A verdade é que não adianta falar coisas bonitas se elas não forem sinceras. Menos ainda se elas forem apenas meros discursos prontos. Infelizmente, hoje, esse é o sentimento que acompanha o meu, o seu, o nosso dia a dia. Diga-se de passagem, não é desilusão, o encaretamento ou o emburrecimento; as pessoas só desistiram de achar que o príncipe vai encontrar o sapatinho – ou sapatão – perdido nas escadarias da vida.

A cada dia assinalado no calendário rabiscamos números com a enorme vontade de passar a borracha. Os acontecimentos cotidianos dão conta de que o mundo está desconcertado, onde o errado se intitula ser o certo e o correto tem vergonha de ser, pasmem, correto. Confuso? Não. Realidade!

Ética, moralidade, compaixão, preocupação com o próximo, compromisso, dever – são palavras extintas no dicionário da vida de algumas pessoas que perderam totalmente o senso e a verdadeira obrigação como ser humano.
– A esperança é a última que morre!

Aqui jaz a esperança, acompanhada da decência eda dignidade. Dura realidade que desfaz os sonhos destilados ao acaso pela frieza da indiferença. Meu Deus, a quem mais devemos recorrer? Está tudo de ponta cabeça. Nesta terra onde a responsabilidade é de todos, menos a quem de direito, em um verdadeiro jogo de empurra-empurra e de toma lá, dá cá.

Em época de fartura, não se enxerga o fundo do pote, que mais que ralo, agora está furado. O Brasil está à beira da bancarrota. Só não enxerga quem não quer. E a população, as pequenas indústrias e comércios é que estão pagando a conta, mais uma vez. Pior: os municípios estão sendo massacrados pelo aumento das obrigações e diminuição das contribuições dos governos estadual e federal. Sofre também pela falta de pessoas qualificadas para gerir a cidade com o compromisso de criar um futuro com planejamento, solidez e perspectiva. O problema não é só o agora.

O pior de tudo é que, os que ocupam as nobres posições de poder e deveriam nos representar e unir forças, experiência e criatividade em busca de soluções mensuráveis, parecem estar ocupando o tempo e a disposição para resolver picuinhas políticas e interesses escusos. O reconhecimento, então, para os filhos desta terra caíram no esquecimento, em um poço fundo e blindado pelos acordões políticos.

Enquanto isso, como dizia o saudoso Chico Anísio: “o salário ó”. O dissídio dos funcionários públicos municipais parece ter seguido o tamanho dos investimentos em capacitação – mínimo – para melhor atender à população, que carece de mais atenção, respeito e entendimento para resolução dos problemas e conflitos.

O baque maior está por vir. A partir do mês de julho, seguindo uma resolução do Ares PCJ, a Divisão Municipal de Água e Esgoto de Rafard reajustará a tarifa de água e esgoto em 25%, bem como a tabela de serviços. Como tudo neste Brasil, os impostos e tarifas aumentam com tamanha proporção e velocidade que nem mesmo o UsainBolt consegue alcançar.

É hora de orar e pedir que a desilusão não seja maior que o direito à vida e de ter o pão de cada dia, porque é o que resta até que seja sucumbida por perder a fé e a inocência de criança, que é a única coisa que nos faz pensar que amanhã será melhor.

Que não seja apenas uma doce ilusão.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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