Opinião

Traços de caráter: honestidade

08/05/2015

Traços de caráter: honestidade

Artigo por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Honestidade significa a honra e a dignidade que uma pessoa goza pela sua conduta ilibada ou por atos benfazejos. O historiador Afonso Taunay conta que Duque de Caxias comprou uma fazenda no Rio de Janeiro, e no ato da posse, constatou que havia 60 escravos que não constava na escritura de compra. Ele achou que seria desonestidade ficar com os escravos pelos quais não havia pago e lhes deu carta de alforria, quando nem se cogitava em abolição da escravidão.

Nosso país, nós brasileiros estamos cônscios, está vivenciando uma crise de caráter aguda. A desonestidade conspurca tão frequente, e tão acintosamente os mais altos escalões do nosso governo, que os homens dos três poderes, quase na totalidade, usam da honestidade como exceção e não como regra; e o termo político passa a ter qualidade pejorativa e obscena. A nova geração cresce em meio imoral, egoísta, antipatriota, e veem que o êxito está em “levar vantagem em tudo”, mesmo que para isto tenha de ser “político” (Perdoem-me os poucos políticos honestos). (Num parêntesis proposital: político quer dizer pessoa com capacidade técnica e moral para administrar uma cidade ou uma nação). Diz um ditado russo:

“Quando o dinheiro fala até a verdade se cala”. O ditado italiano: “Dinheiro público é como água benta, todos põem a mão”. O turco: “O fogo desafia o ouro, o dinheiro público até o juiz”.

Há relatos de infâmia contra o procurador romano, que “entrou pobre na rica Síria e saiu rico da pobre Síria” Colunas do Caráter, p 109. Parafraseando podemos dizer, que muitos entraram pobres na rica Petrobrás e saíram ricos da pobre Petrobrás; de outros mais, que assumiram cargos políticos, pode ser dito o mesmo, e terão de vestir a carapuça da desonra e da insensatez, levando vergonha e descalabro aos seus filhos e netos, e mesmo nós, compatriotas, sentimo-nos envergonhados por tais impudicícias. O grande Scipião general africano ganhou em honra por seus nobres feitos uma medalha. Após sua morte, seu filho, do mesmo nome, portava essa medalha no pescoço, porém a assembleia do senado romano o proibiu de usar a medalha e também o nome do pai porque sua vida era inócua e seus hábitos discrepantes com os do seu honrado pai. Mais conhecido é o caso de Alexandre, o Grande. Ele tinha um soldado também chamado Alexandre, cuja conduta não era condizente. Então o general Alexandre o chamou e lhe ordenou: “Ou você muda de atitudes ou muda de nome”. Quão verdadeiro o provérbio: “Mais digno é o bom nome do que as muitas riquezas; ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro”(Pv 22:1).

A história é enriquecida por homens que, incompreendidos, tombaram como mártires, mas deixaram com heroísmo, altissonantes exemplos de dignidade, preferindo antes a morte que a corrupção, a verdade à mentira. Dizem que Sócrates preferiu tomar o veneno cicuta por denunciar as mazelas da mocidade; Jesus é o mais nobre exemplo de honestidade, honradez e amor que O levava a curar as enfermidades, a abrir os olhos dos cegos espirituais, a libertar os homens da ignorância e a dar esperança aos desesperançados, foi morto na cruz devido à Sua honestidade, por dizer a verdade; Paulo que deu o vigor de sua vida em prol do erguimento da humanidade, ensinando o caminho seguro da redenção, foi decapitado por um governo corrupto, a quem sempre respeitou. Diga-se o mesmo de homens como João Wesley, Padre Damião, João Knox e tantos outros, arautos da verdade e da honestidade, “de quem o Mundo não era digno”.

William, de família pobre, saiu de casa porque seu pai lhe dissera que não podia mais sustentá-lo. Ao sair um vizinho cristão orou com ele. Como o jovem disse que a única coisa que sabia fazer era sabão, o idoso disse-lhe: “Alguém será o maior fabricante de sabão em New York. Dê a Deus o que Lhe é justo, seja honesto, fabrique o melhor sabão com peso justo, venda-o por preço justo e será um homem rico. Foi praticando esses conselhos, sendo honesto para com Deus e com os homens, que William Colgate se tornou o maior fabricante de sabão, sabonete e muitos outros produtos. A Colgate se tornou mundialmente conhecida. A honestidade ainda vale à pena!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?