Opinião

Traços de caráter: liberdade e obediência

04/05/2015

Traços de caráter: liberdade e obediência

Artigo por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Liberdade é a faculdade que o indivíduo tem de agir conforme suas escolhas. Todos desejam a liberdade. Hellen Keller, escritora, cega, surda e muda, atada pelas deficiências dizia-se livre, e escreveu: “Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar.” O adolescente deseja a emancipação para suas aventuras, os alunos para “aprontar”, e os maus desejam se verem livres das leis. Mas só existe liberdade regrada. Ninguém é livre no sentido absoluto. O trem só é livre enquanto não sai dos trilhos. Existem leis que regem os sistemas solares e galáxias, todos os corpos celestes obedecem a essas leis. Haveria uma catástrofe caso algum planeta contrariasse a lei. Os motoristas são livres enquanto obedecem às leis de trânsito. Todos os seres moralmente capacitados são livres, enquanto obedecem às leis. O filósofo J. Paul Sartre diz: “Ninguém é livre sozinho. O homem verdadeiramente livre apenas quer o que pode”. Ser livre é respeitar os direitos e a liberdade dos outros. A liberdade é limitada. As leis são salvaguardas da liberdade. A capital paulista tem 11.890.000 habitantes, haveria um caos no convívio social se não houvesse leis. As empresas são regidas por leis, associações, igrejas e escolas têm normas, assim também a família deve ter regras. Quando os membros obedecem a essas regras são livres. Porém os transgressores ficam debaixo das leis e são punidos. Dê-se liberdade irrestrita a um povo e ter-se-á uma sociedade corrompida, criminosa, tirana sem governo, sem leis e desrespeitosa, em suma, imoral. O Criador nos dotou de consciência moral para obedecermo-las. Ninguém pode transgredi-las sem consequentes castigos. Os dez mandamentos são proteções para a vida dos Seus filhos, para que tenham bom relacionamento mútuo, com o seu Deus, e tenham seus direitos de vida e de posse resguardados.

Schwantes, já citado, conta uma alegoria: “Uma vela vivia reclamando que se sentia prisioneira pelas paredes de vidro que a circundava. Exigia liberdade plena, não só encima. “_Tirem essas paredes, que me tolhem a liberdade, quero ser livre!” Apesar de advertida das consequências funestas, insistia. Removeram as paredes vítreas e logo suas chamas começaram a se estrebuchar, então, apagou-se, foi-se sua vida. Assim acontece com aqueles que querem viver sem as leis que nos regem. S. João diz que transgredir a lei de Deus é pecado (1 João 3:4) e Paulo escreveu que salário do pecado é a morte (Ro. 6:23), logo, transgredir a Lei de Deus leva à morte.

Diz a história que um chefe tribal africano, prisioneiro de guerra estava com os pés presos por grossas e pesadas correntes que lhe impedia a fuga, embora pudesse se locomover. Um viajante europeu apiedou-se dele, mas não podia libertá-lo.

Deu-lhe um livro de presente. Desinteressado, o prisioneiro deixou-o do lado. Três anos mais tarde, entediado pela inatividade, tomou o livro e ao abrir, notou algo duro no dorso. Puxou, e eis uma lima. Foi para o mato, e lá, limou as correntes libertando-se. Fugiu pela mata a caminho de sua terra. Anos mais tarde, chegaram uns missionários que lhe ensinaram ler. Descobriu que o livro desprezado era a Bíblia. Seus escritos enterneceram seu coração. Encontrou nela o trecho: “E conhecereis a verdade e ela vos libertará” (João 8:32). “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim” (João 14:6). Esse chefe tornou-se feliz e dizia ter encontrado na Bíblia dupla liberdade: das correntes e da maldade. Toda a sua tribo tornou-se cristã. Mais tarde chegaram alguns “colonizadores” à sua terra e criticaram o chefe por sua religião. O chefe disse-lhes: _”Sintam-se felizes porque somos cristãos, pois se eu não tivesse estudado esta Bíblia, hoje vocês seriam a nossa comida”. Por isto, aqueles visitantes puderam continuar vivos.

Jesus criou o homem à Sua imagem, dotou-o de vida, vontade, fé, e personalidade para aceitar e obedecer à ordem moral, livre e espontaneamente, produzindo de forma intelectiva a liberdade e o convívio entre seus semelhantes, com a natureza e com o Criador. Que os homens vivam felizes e em liberdade e deem liberdade aos animais para também viverem felizes e livres!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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