Lembramos na última quinta-feira, 3, mesmo que de maneira tímida, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Uma data da qual não temos muito o que comemorar, afinal, esse direito que nos é garantido pela Constituição, nem sempre é tão livre quanto parece.
A liberdade de imprensa era para ser um dos princípios pelos quais um Estado democrático assegura a liberdade de expressão ao seu povo. Porém, algumas pessoas ainda vivem exiladas pelo reflexo da repressão, como se ainda estivessem na época da Ditadura Militar, com medo de dizer o que pensam e o que veem. Já alguns meios de comunicação, ficam de mãos atadas, ou melhor dizendo, na mão de grupos de interesses que ditam o que e como levar a informação, seja ela verdadeira, falsa ou maquiada.
O grito pela liberdade está engasgado, as vozes são roucas e a vontade de “botar a boca no trombone”, muitas vezes fica só na vontade mesmo. E essa é uma reação que brota no meio do povo e que encontra na imprensa a voz que ecoa suas necessidades e vontades.
E é por isso que uma imprensa livre depende do apoio da população, seja financeiramente ou jornalisticamente. Não é novidade para ninguém que um meio de comunicação sobrevive da venda de publicidade (propagandas) e também necessita ser alimentado diariamente por informações, sejam elas em forma de denúncia, crítica ou elogios.
Todos já devem ter ouvido a expressão “quem não é visto não é lembrado”. Para um meio de comunicação, é essencial que a população não tenha medo de se expressar e passar informações sobre um fato importante que esteja ocorrendo, seja bom ou ruim, mostrar um trabalho relevante que está sendo desenvolvido ou denunciar alguma “falcatrua”.
Ser livre não quer dizer desrespeitar a liberdade do próximo, mas sim agir com ética, para que a liberdade de expressão seja sadia e um exercício da cidadania.
Desejamos a todos os companheiros de imprensa, que mantenham a ética e o profissionalismo no papel de informar com seriedade e credibilidade, para que a imprensa perdure por décadas e décadas, sendo creditada a levar a verdade ao conhecimento de cada cidadão.
E a população, que se conscientize da importância em participar desse processo democrático, que é a liberdade de expressão. Que todos os cidadãos possam exercer esse direito e colaborar com o progresso da sua cidade, estado ou país, por meio de uma imprensa comprometida e honesta.
“Infringem a ética: o juiz que não julga, o promotor que não denuncia, o advogado que não defende, o jornalista que não noticia o que sabe ou não escreve o que pensa”. (Medeiros de Abreu, jornalista)