Editorial

Editorial – E a saúde vai mal, muito mal, obrigado!

Ficar batendo no peito e dizendo que o governo fez isso ou aquilo na educação quando as notas dos municípios de Rafard, Capivari e Mombuca não atingem o mínimo necessário para serem considerados municípios desenvolvidos, é piada de mau gosto.
Agora, ficar se vangloriando de conquistas que nem foram do governante mas que fazem parte de um programa de atendimento do Governo do Estado às famílias cujas mães precisam trabalhar fora, enquanto ninguém é capaz de fazer o dever de casa, que é dar condições dignas de atendimento na saúde à população, é pedir ao povo que bote um nariz de palhaço e saia às ruas parabenizando nossos políticos pela falta de vergonha na cara.
E por que falta de vergonha? Porque eles têm o ego tão grande a ponto de acreditarem em suas próprias falácias, quando se afirmam honestos, transparentes, conquistadores de verbas, responsáveis pelo desenvolvimento, e por aí vai. Dão até nota 10 no desempenho da própria administração, quando todos enxergam quantos pontos fracos e falhos tem.
A verdade é que seria muito mais simples se os egos fossem colocados de lado e, a exemplo de gente que sai daqui e vai até a África ajudar um povo que vive mais miseravelmente que o nosso, esses tão eficientes nossos políticos, tivessem apenas metade dessa vontade para resolver os problemas caseiros que temos.
Será que não dói na consciência de nenhum deles uma mãe de família gemendo de dor e em jejum de 3 dias, aguardando numa sala chamada de “Reta” por uma cirurgia para mutilar uma de suas pernas? O que aconteceu com aquele político que bateu às nossas portas prometendo atendimento digno na saúde, durante o pleito eleitoral? Na verdade é muita propaganda pra pouco produto. Portanto, fique atento eleitor. Nas prateleiras das eleições tem muito produto com embalagem bonita, mas que não tem qualidade nenhuma.
E ninguém é super herói para resolver todos os problemas do mundo. Mas o povo precisa de “gente super-herói”, com aquele caráter retíssimo do Clark Kent e vontade política para resolver os problemas domésticos do município.
As coisas degringolaram de um tal jeito, que é vergonhoso saber que um caso como o da D. Iraci aconteceu na Santa Casa de Capivari. E aqui nos damos o direito de falar em nome de tantos outros pacientes que passaram por esses ou por outros problemas ainda maiores naquela instituição ou em outros pontos de atendimento médico.
Observe-se ainda os últimos escândalos envolvendo dirigentes de saúde e representantes de companhias que oferecem propina para obter benefícios em licitações, para prestar serviços a um hospital público da rede federal, no Estado do Rio de Janeiro. Cadê o caráter, o mínimo de decência dos homens públicos? Está na necessidade de abocanhar uma fatia do dinheiro público.
A saúde então há muito está na UTI. E a da Santa Casa não tem nem R$ 100 mil para reformar suas instalações e os R$ 120 mil para se manter mensalmente. Só um pouquinho de vontade política de nossos administradores e o dever de casa seria cumprido. A Santa Casa funcionaria e a UTI seria revitalizada e reativada.
Nossos políticos deveriam sim, ser obrigados a passar pelo atendimento médico na rede pública de saúde. Quem sabe assim, doendo na própria carne ou na própria alma não se moveriam de seus egos para alcançar o bem estar de seus semelhantes.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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