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Bairros esburacados e entulho ganham destaque na sessão ordinária

02/05/2014

Bairros esburacados e entulho ganham destaque na sessão ordinária

Décima terceira reunião dos vereadores abordou falta de respeito dos cidadãos no descarte incorreto dos resíduos sólidos e aumento do preço das caçambas para R$ 250

CAPIVARI – A Câmara Municipal aprovou os quatro projetos e seis requerimentos presentes na pauta de votação da décima terceira sessão ordinária do ano, realizada na noite de segunda-feira, 28. Em meio ao pacote, os vereadores aprovaram em regime de urgência o Projeto de Resolução nº 001/2014, que altera o valor do vale-alimentação dos servidores do Legislativo para R$ 280, igual ao concedido aos servidores da prefeitura.

No entanto, dois assuntos se destacaram entre as falas dos parlamentares na tribuna livre: os bairros esburacados e a falta de educação de parte da população que, atrelada à ineficiência do poder público em destinar os resíduos sólidos, coloca o entulho em locais e dias errados. Primeiro a utilizar os onze minutos a que tem direito, o vereador Valdir Vitorino (PROS) falou sobre a Vila Cardoso e o São João.

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Segundo ele, a rua principal da Vila Cardoso está com muitos buracos e seus moradores têm reclamado bastante da situação. “Peço que a Secretaria de Planejamento e Obras agilize ao menos uma operação tapa-buracos para minimizar os problemas daquele bairro”, solicita. Em relação ao São João, Vitorino disse que, embora a secretaria tenha realizado a operação no local, uma das ruas está sem asfalto.

Mas, “de acordo com o vice-prefeito Vitor Riccomini (PTB), esta rua receberá o mesmo calçamento que a João Moreto, no Bairro Moreto, porque elas não podem ser asfaltadas”, explica o vereador. Ao mesmo tempo, ele reprovou a população do bairro, que não colabora com a prefeitura no que diz respeito à operação cata-cacareco. “O caminhão acaba de passar e o munícipe joga lixo de novo no dia seguinte. Fica lá 30 dias criando o maior transtorno”, conta.

O vereador Telêmaco Borsari (PDT) também foi procurado por moradores locais, os quais fizeram críticas a respeito de uma caixa de esgoto “que está vazando há muito tempo”. Segundo ele, existe uma quantidade considerável de lixo na viela. “Fiz um requerimento pedindo que coloquem uma placa, porque parte da culpa é dos moradores, que depositam lixo ali”, ressalta.

Quem vive na Vila Izildinha, expôs Borsari, também está incomodado com o abandono do bairro. “Na Rua João Batista Prata, altura do número 55, há entulhos de mais de 15 dias dos dois lados. A Rua Xavantes, na Vila Balan, próxima ao número 352, também está repleta de buracos. São dois bairros carentes e que estão bem abandonados”, recrimina o vereador.

Para Valdir Vitorino, o entulho encontrado nas encostas e em áreas verdes da cidade pode ser resultado do alto valor das caçambas, o que impossibilita os cidadãos descartarem os resíduos de construção de maneira correta. De acordo com ele, hoje o serviço, que custava R$ 90, é contratado por cerca de R$ 250. “Os empresários que prestam serviço de caçamba não têm lugar em Capivari para destinar esses materiais. Então, eles estão cobrando dos munícipes o valor do frete. Isso é um absurdo”.

Com isso, conclui Vitorino, ao invés de contratar a caçamba, quem está construindo sua moradia, por exemplo, opta por jogar o entulho “em frente um supermercado, uma escola ou uma creche”. Porém, o vereador Bruno Barnabé (PPS) disse que a situação está prestes a ser resolvida.

Ele relembrou os parlamentares que há seis sessões anunciou um recurso no valor de R$ 330 mil, por meio dos deputados federal Vanderlei Macris e estadual Cauê Macris (ambos do PSDB), para a construção de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos. De acordo com Barnabé, a Usina Santa Cruz doou uma área de 33 mil metros na Avenida Demétrio Girardi para esse fim.

“Hoje, os caçambeiros têm que se deslocar para Piracicaba ou Limeira para depositar o entulho, porque a partir de agosto não poderão mais colocar esse lixo em qualquer lugar. Então, precisaremos de uma área licenciada, na qual o entulho seja realmente separado.”

O vereador reforça, ainda, que Capivari “só tem a ganha com isso”, uma vez que a cidade terá cascalho suficiente para utilizar nas estradas rurais. “Essa área já está sendo licenciada e logo as caçambas poderão voltar ao valor que eram antes. E a usina será ‘tocada’ por uma empresa terceirizada, contratada por meio de licitação”, detalha.

Mateus Scarso (PMDB), por sua vez, criticou a incompetência da operação cata-cacareco. Segundo o vereador, há 20 dias que as atividades estão paradas, mesmo com o comunicado feito à população.

“Foi repassado um informe com as datas que os munícipes teriam que descartar seu sofá velho, seus galhos, e o cata-cacareco não passou. Aí você anda pelos bairros da cidade e ela está imunda, está suja. A responsabilidade é de quem? Do prefeito. Ele tem que ver isso aí. Sua equipe de governo tem que ver essa questão. Onde esses resíduos serão colocados?”

Outro assunto que entrou em discussão foram os aparelhos de mamografia e raio-x da Santa Casa de Misericórdia de Capivari. Ambos, garante o vereador Valdir Vitorino, estão quebrados. De acordo com ele, devido ao problema mulheres estão fazendo o exame de mamografia em outra cidade.

“Apesar de os aparelhos de mamografia da Santa Casa e do Posto de Saúde serem precários, do tempo da ‘idade da pedra’, é preciso consertá-los o mais rápido possível. Imagine o transtorno ter que fazer o exame em outra cidade?”, sublinha. Igualmente, o raio-x do posto, “não está funcionando há muito tempo”, nem o da Santa Casa, assegura. Assim, ele pede que a Secretaria da Saúde tome providências.

Em contrapartida, a vereadora Gilceane Malto (DEM) contou que o filho, que mora em São Paulo, esteve na cidade no final de semana e precisou dos serviços da Santa Casa. Apresentando dores fortes na cabeça, passou pelo raio-x, o qual estava funcionando no momento. Segundo ela, os aparelhos não estão quebrados, mas desligados por falta de pagamento.

“Há dois anos, o Jorge Elias [ex-presidente da Santa Casa] alugou esses aparelhos. Entretanto, na semana passada o proprietário dos mesmos me ligou dizendo que eles não estão sendo pagos. Então, enquanto a gente não pagar a conta, não poderemos usá-los”, explica Gilceane. Em seguida, Vitorino rebateu: “Então por que uma munícipe foi fazer fora a mamografia?”

Ao invés de responder à pergunta, a vereadora finalizou a fala na tribuna, a pedido do presidente da casa de leis, anunciando seu afastamento. “Sabendo que o Nelson vai dar ao Eliseu Serrano 30 dias, eu também vou conceder 30 dias ao Denilton Rocha [suplente]. Também vou me afastar, mas graças a Deus não tenho problema nenhum de saúde”, conclui.

O diretor da Microsal, Ibraim Menegon, estava presente na sessão. Por meio do vereador André Rocha (SDD), presidente da Câmara, o empresário anunciou que seu aeroclube está presentes a se tornar aeroporto. De acordo com Rocha, “o heliporto já está aprovado e o aeroporto está tramitando na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”. Para o presidente, a conquista é “sem dúvida, um marco importante para o desenvolvimento da cidade”.

Outro problema cobrado na noite, pelo vereador Telêmaco Borsari, diz respeito à Praça 13 de Maio. “Ali virou um albergue de indigentes. O pessoal que está morando ali, segundo informações, está usando drogas. Mas isso é trabalho da polícia confirmar”, comenta. Ele solicitou que o secretário de Inclusão e Desenvolvimento Social, Cristian Fernandes, que resolva a situação.

“Tenho cobrado isso sempre e infelizmente nada foi feito até agora. A gente sabe muito bem que no começo é mais fácil de resolver. A partir do momento que houver uma população grande ali ficará bem mais difícil”, prevê Borsari. Para completar seu tempo de fala na tribuna livre, questionou a lentidão do prefeito Rodrigo Proença (PPS) em utilizar um recurso conquistado por ele e por Mateus Scarso para a área de lazer do bairro Moreto.

“Esse dinheiro está destinado e pronto para Capivari desde outubro do ano passado, esperando a documentação do município e até hoje nada. É um dinheiro que, se ficar parado, corre o risco de perdermos. Nós não passamos uma semana sem ir à secretaria para ver como está o projeto. Acho que agilidade a gente tem que cobrar”, enfatiza o vereador.

Na próxima sessão, que acontece na segunda-feira, 5 de maio, os parlamentares votarão o requerimento do vereador Domingos Antonio Cláudio (PMDB), para que o prefeito, por meio da secretaria competente, informe se é possível elaborar um projeto de lei “para implantação de procedimentos e taxas para o licenciamento de ciclomotores com até 50 cilindradas”, o que inclui as bicicletas elétricas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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