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Doceiras empresárias faturam na Páscoa

22/04/2014

Doceiras empresárias faturam na Páscoa

Alta dos preços dos ovos industrializados impulsiona opções caseiras
Entre os ovos de colher de Daniele Risso, estão combinações entre Nutella, bombom, Bis, amendoim e confete (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

RAFARD E CAPIVARI – Pequenas empreendedoras encontraram na Páscoa uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro e aumentar a renda familiar durante a época festiva. Apesar da enorme variedade de ovos de chocolate disponíveis nas prateleiras dos supermercados, o consumidor quer mesmo é saber dos caseiros. Sem conservantes e bem mais baratos que os ovos industrializados, são uma opção para quem espera gastar menos e levar um pouco mais para casa.

Em Rafard, as vendas da doceira Tielen Cristina Diniz, 28, aumentaram 25% em relação ao ano passado. “Muita gente boicotou o ovo de mercado porque o preço subiu bastante. A gente vai ao comércio e encontra um por R$ 30, mas são apenas 170 gramas. No caseiro você paga R$ 30 e leva meio quilo”, exemplifica. De acordo com levantamento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na terça-feira, 15, os preços dos ovos de Páscoa subiram mais que a inflação registrada no ano.

Enquanto os tradicionais doces comemorativos ficaram, em média, 6,78% mais caros em relação a 2013, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV, ficou em 6,09% no mesmo período. No entanto, para Tielen o preço não é o único diferencial dos ovos caseiros. Segundo ela, a certeza de qualidade também é maior, pois “eu sei a procedência do meu produto e posso dar garantias. Se algo acontecer e alguém reclamar, eu troco”, diz.

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Nozes e amendoim é o recheio mais procurado, segundo Daniele (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

Tradicional, chocolate branco, crocante, trufado, de colher. Os modelos e recheios são os mais variados e agradam a todo tipo de consumidor. Mas para Daniele Risso, 25, o importante é investir em personalização. Sem ter feito cursos na área, a doceira usa a imaginação, e ainda sobra tempo para atender aos pedidos mais diversos. “Outro dia uma moça me enviou uma foto e perguntou se eu fazia. Era um ovo de colher com morangos, detalhes em chocolate branco. Nossa. Tinha um monte de coisas”, lembra.

Menta, damasco e figo são alguns dos recheios um tanto quanto incomuns solicitados vez ou outra a Tielen, a qual não possui tabela de sabores. “Fica a gosto do cliente”, declara. A dona de casa, que produz quitutes diversificados ao longo do ano, diz gostar do que faz e tem lucro de 100% nas páscoas. Daniele, por sua vez, conta que faz pela renda, mas também por sempre ter gostado de lidar com doces.

A estudante do último ano de Nutrição se aventura na cozinha há pelo menos quatro anos ao lado da mãe, dona Alice, 49. “Eu ajudo minha mãe a fazer os normais, e os de colher faço sozinha”, detalha. Os meio amargos, ou seja, com maior porcentagem de cacau, são a especialidade da casa. “Não gosto muito de utilizar chocolate ao leite. O meio amargo é bem mais saudável”, justifica.

Para a doceira Thelma, os sabores incomuns dos ovos são seu diferencial (Foto: Divulgação/Karamelli)

Outra doceira que faz parte do ramo dos ovos de Páscoa é Thelma Elisa Marchioretto, 27. Proprietária da empresa Karamelli Doces e Bolos, conta que suas vendas cresceram aproximadamente 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Fiz cursos porque sempre gostei. Desde criança fazia bolos, trufas. Fiz também ovos de Páscoa quando era mocinha. Antes era hobbie, hoje é profissão”, ressalta.

O que destaca os ovos da Karamelli são os sabores, garante Thelma. “A maioria ninguém mais na cidade tem”. Entre as opções, estão de café, leite Ninho e crocante com nozes. No caso de Daniele, o recheio dos ovos de colher varia desde os tradicionais de frutas até combinações entre Nutella, bombom, Bis, amendoim e confete.

Com isso, recupera-se o costume de consumir produtos caseiros, artesanais e personalizados, em vez das inúmeras opções cada vez mais industrializadas. Em busca da economia, o “bom, bonito e barato” volta a estar na moda e gera novas oportunidades para empreender no setor.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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