Deus estabeleceu três instituições básicas na Escritura: a família, a Igreja e o Estado. Para cada uma dessas instituições Deus deu responsabilidades. Em alguns casos as responsabilidades se sobrepõem, mas na maioria, os papéis dados por Deus para as três instituições estão claramente separados.
Quando essas instituições funcionam dentro dos parâmetros que Deus revelou na Escritura, há grande alegria para a maioria das pessoas. E aqui é necessário catalogar as várias responsabilidades de cada uma delas, a fim de ilustrar como Deus regulamenta a cultura.
O mandato de domínio foi dado à família. A família como uma unidade deve se multiplicar, frutificar e subjugar a terra e tudo o que nela há (Gn 1.27-31). O marido e a esposa devem deixar os seus pais e se unirem um ao outro (Gn 2.23-25). O marido deve sustentar a sua família (1Tm 5.8). A família é a instituição com a responsabilidade de ensinar os filhos (Dt 6.6-9).
No livro de Atos dos Apóstolos, 6.1-7, a Igreja recebeu a responsabilidade de administrar os sacramentos e cuidar do governo eclesiástico, entre outras coisas. Em Atos 14 e Apocalipse 2, a Igreja recebeu a ordem de guardar a doutrina. Ela deve manter a pureza (1Co 5.1-13). A Igreja tem a responsabilidade de administrar o julgamento entre os seus membros (1Co 6.1-8). Apocalipse 2.2 dá autoridade à Igreja para esta se proteger contra os falsos mestres. E ainda, a igreja recebeu a responsabilidade de cuidar dos pobres (Ap 2.19, 2Co 8.1-15, 9.11-15).
Finalmente, Deus deu autoridade ao Estado para que este proteja os que praticam o bem e puna os malfeitores (Rm 13.4). O Estado recebeu o poder da espada para cumprir essa responsabilidade. Paulo chama o magistrado civil de um ministro de Deus. Um ministro que tenta cumprir os seus deveres fora das diretrizes prescritas por Deus, causa mal àqueles sob sua incumbência. Provérbios 29.2 declara: “Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme”.
Deus é soberano; dessa forma, suas três instituições devem necessariamente estar sob sua autoridade. Para que haja a melhor ordem numa cultura, elas devem cumprir suas responsabilidades sem invadir a esfera de autoridade das outras instituições. O maior bem para todos os povos, é que cada instituição atue sob a autoridade do Deus Altíssimo, e dentro da autoridade distinta dada a elas por Deus.
Quanto mais o Estado invade a autoridade da família e da igreja, mais as pessoas “gemem”. Noah Webster terminou sua definição de pecado, em seu dicionário de 1848, como “tudo o que é contrário à lei ou mandamento de Deus”, listando 1 João 3, Mt 15 e Tiago 4, como referências para exemplificar essa declaração. Quando o Estado retira a autoridade dada legitimamente à família e à Igreja e quando o Estado anula a sua autoridade recebida de Deus, ele está fazendo o que “é contrário à lei ou mandamento de Deus”. É por isso que a separação da Igreja e do Estado é necessária: porque isso foi delineado por Deus, nas Escrituras sagradas.