28/02/2014
Instituto Federal abre concursos para mais de 500 vagas com salários de até R$ 8 mil
Capivari é uma das 29 cidades com ofertas de emprego; campus está em funcionamento desde agosto de 2010
CAPIVARI – O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) abriu dois concursos públicos para preencher 529 vagas, desde servidores técnico-administrativos a professores de ensino básico, técnico e tecnológico. Dessas oportunidades, 18 são para trabalhar no Campus Capivari. Os salários variam entre R$ 1.562,23 e R$ 8.049,77.
Também são oferecidas vagas para os campi Araraquara, Avaré, Barretos, Birigui, Boituva, Bragança Paulista, Campinas, Campos do Jordão, Caraguatatuba, Catanduva, Cubatão, Guarulhos, Hortolândia, Itapetininga, Jacareí, Matão, Piracicaba, Presidente Epitácio, Registro, Salto, São Carlos, São João da Boa Vista, São José dos Campos, São Paulo, São Roque, Sertãozinho, Suzano e Votuporanga.
Segundo o IFSP, as inscrições devem ser feitas até o dia 12 de março, exclusivamente no site gerenciado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep): www.gestaodeconcursos.com.br. O valor da taxa de inscrição varia entre R$ 50 e R$ 100, de acordo com o cargo pretendido. Os concursos serão realizados pelo instituto, em parceria com a fundação.
Os editais completos estão disponíveis no portal da Fundep. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato por meio do endereço eletrônico: [email protected].
Educação gratuita é oferecida na cidade desde 2010
O IFSP é uma autarquia federal fundada em 1909 como Escola de Aprendizes e Artífices. Reconhecido pela excelência no ensino público gratuito de qualidade, instalou-se na cidade em agosto de 2010, popularmente chamado de “Escola Federal”. Segundo a técnica em assuntos educacionais, Haryanna Drouart, o Campus Capivari oferece atualmente 38 cursos, divididos em cinco modalidades: superiores, técnicos, integrados, Pronatec e de curta duração.
Naquele ano, o prédio foi construído pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) com verba do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), para abrigar a Faculdade Cenecista de Capivari (Facecap), o que não aconteceu. Com o tempo, o Ministério Público solicitou a devolução do prédio para o Governo Federal, por meio do IFSP.
Feito isso, o terreno foi cedido ao instituto por 25 anos. “O prédio é nosso, mas o terreno não”, relata Haryanna. Hoje, o Instituto Federal desenvolve uma negociação com a CNEC, igualmente com todo o poder público da cidade, a fim de conquistar o terreno definitivamente, e poder pensar na possibilidade de construir novos prédios e inaugurar outros cursos. “É um diálogo que está sendo feito desde a gestão municipal anterior”, garante.
Os cursos superiores – Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia em Processos Químicos – têm duração de três a três anos e meio e são disputados por meio da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Posteriormente o aluno deve se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), como estipula o Ministério da Educação (MEC), segundo Haryanna.
Para ingressar nos cursos técnicos – Técnico em Manutenção e Suporte em Informática e Técnico em Química – ambos com duração de dois anos, os interessados precisam prestar o “Vestibulinho”, cujo edital é lançado semestralmente pelo instituto, e ter ensino médio completo ou estar cursando a partir do segundo ano. Os 40 primeiros colocados em cada curso são convocados para a matrícula.
“Também oferecemos o curso integrado, que é o ensino médio integrado nas áreas de informática e química, com três anos de duração”, conta. Ela explica que por enquanto esta modalidade existe somente em parceria com a Escola Estadual Padre Fabiano. “No período da manhã, os alunos fazem o ensino regular na escola. Depois, no período da tarde, eles vêm aqui para fazer as disciplinas profissionalizantes”, detalha.
Os processos seletivos para os cursos de curta duração, por sua vez, não são abertos todos os semestres. Assim, para concorrer a uma vaga, Haryanna recomenda que os interessados fiquem atentos às divulgações dos processos, principalmente no site do Campus Capivari (www.ifspcapivari.com.br). As inscrições acontecem por ordem de chegada, até que se complete 20 pessoas por sala.
O Instituto Federal oferece, ainda, cursos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), cuja matrícula também se dá por manifestação de interesse até que se alcance o número máximo de alunos por turma. Para o primeiro semestre de 2014, as inscrições estão abertas para cinco cursos: Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Biblioteca, Auxiliar de Recursos Humanos, Inglês Básico e Programador de Sistemas.
De acordo com a técnica, a escolaridade mínima exigida para fazer os cursos é determinada pelo catálogo do MEC. No entanto, alguns deles são voltados para pessoas com ensino fundamental incompleto, proporcionando oportunidade para todos. O horário das aulas, segundo ela, varia de acordo com a modalidade. “Os superiores são no período noturno. O Técnico em Química também. O Técnico em Manutenção e Suporte em Informática nós oferecemos um semestre à tarde e um à noite”, diz.
“Os cursos de curta duração a gente tenta colocar num horário que seja atrativo, às vezes no período noturno ou mais à tardezinha. Porém, dependemos do nosso espaço físico e da disponibilidade de professores. Então, em cada edital a gente lança quais serão os horários. Inclusive do Pronatec. O ano passado ele foi oferecido de manhã. Este semestre ainda não sei como vai ser, mas é sempre durante a semana”, complementa Haryanna.
Cursos enfrentam taxa de desistência de até 30%
Por mais que o IFSP ofereça um ensino atrativo pela qualidade e gratuidade, visto que a autarquia é mantida por recursos federais, ou seja, dinheiro público, o instituto ainda enfrenta dificuldades para conquistar os moradores de Capivari. Entretanto, o campus já reúne mais de 400 alunos.
“Os cursos superiores começam com 40 estudantes e assim permanecem durante pelo menos dois anos. Depois, esse número vai diminuindo. Nós temos um índice de desistência registrado em 25% a 30%”, revela a técnica em assuntos educacionais, Haryanna Drouart. Isso porque, segundo ela, o Campus Capivari recebe mais jovens de outras cidades do que da própria cidade, e nem sempre há transporte intermunicipal garantido.
Monte Mor, Elias Fausto, Rafard, Indaiatuba, Campinas, São Paulo, Guarulhos, São José dos Campos e Limeira são alguns dos municípios de onde saem os alunos rumo à terra dos poetas. “No caso de Monte Mor, por exemplo, os estudantes se organizaram e vêm de van. Mas a gente percebe que muitos deles têm bastante dificuldade de locomoção, pois algumas cidades e empresas de ônibus não oferecem transporte para Capivari”, lamenta Haryanna.
Para a técnica, a cidade precisa se preparar para receber os jovens que vêm de fora, com moradias a preços acessíveis, para que estes possam se instalar e estudar. “A tendência é que o campus cresça, mas não adianta nada oferecermos cursos de procura, não só para a região, mas para o estado, se aqui não há estrutura necessária para recebê-los”, critica.
Considerando que a escola fica afastada do centro de Capivari, alguns circulares fazem o trecho no início e no término nas aulas. Contudo, a ausência de ônibus nos demais horários impossibilita o IFSP de manter atividades extracurriculares em outros períodos. A problemática, garante, está sendo discutida com os vereadores e com a viação municipal MM Souza Turismo.
Em longo prazo, o Instituto Federal tem como objetivo proporcionar alfabetização de nível médio para os jovens da cidade. Caso se torne realidade, a iniciativa pode auxiliar as três escolas estaduais de Capivari, ao distribuir melhor os estudantes e contribuir, consequentemente, para uma melhor qualidade de ensino e aproveitamento das aulas.