Enquanto a desestruturação do sistema prisional traz à baila o descrédito da prevenção e da reabilitação de condenados no Brasil, causando extrema perplexidade na sociedade, a região se prepara para inaugurar uma obra “non grata” na estrada vicinal que liga Rafard a Porto Feliz.
De um lado, o acentuado avanço da violência, o clamor pelo recrudescimento de pena e, do outro, a superpopulação prisional e as nefastas mazelas carcerárias. E do lado de cá, com investimentos acima dos R$ 56 milhões, a construção do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), que se arrasta desde o início de 2012, está prestes a abrir as portas.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo garante que 80% da obra já foi executada e a previsão de entrega é para abril deste ano, com capacidade para abrigar 1.080 presos em regime semiaberto. Números que deverão refletir no mínimo três vezes mais no que diz respeito à saúde, educação, habitação, ofertas de emprego e por aí afora, afinal, ninguém muda de “casa” sozinho.
Já que as cadeias das grandes cidades estão superlotadas e após o Supremo Tribunal Federal (STF) absolver oito condenados no processo do mensalão pelo crime de formação de quadrilha, aumentam as chances de José Dirceu e companhia cumprirem a pena na pacata região do interior, no qual poderão trabalhar fora do presídio. Segundo informações extraoficiais, ofertas de emprego já estão disponíveis no RH carcerário assim que eles chegarem. Brincadeiras a parte, a coisa é séria e a verdade é que até o momento ninguém sabe qual será o reflexo do CPP.
Portanto, neste Carnaval, divirta-se com consciência, responsabilidade e segurança, para não correr o risco de ter que dividir a cela com Delúbio Soares ou José Dirceu. E prepare-se, afinal, após a folia, o Brasil retorna ao labor. Até que enfim.
Boa folia!