A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de terça-feira (26) duas mulheres suspeitas de integrar uma quadrilha que fraudava a Previdência Social na região. Uma delas é proprietária de um escritório de assessoria previdenciária em Piracicaba e a outra é servidora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Capivari (SP). A quadrilha intermediava a liberação irregular de salário-maternidade. As prisões ocorreram dentro da Operação Ceres, realizada em conjunto por agentes de Piracicaba e Campinas.
Foram cumpridos estes dois mandados de prisão e mais cinco mandados de busca e apreensão de documentos na terça-feira. As duas suspeitas serão indiciadas pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha.
De acordo com a apuração da Polícia Federal, as atividades da quadrilha geraram prejuízo de ao menos R$ 1,4 milhão aos cofres públicos.
Os mandados de busca resultaram na apreensão de diversas pastas de documentos no escritório da suspeita.
A PF abriu inquérito em setembro de 2012 após receber relatórios da gerência executiva do INSS em Piracicaba que apontava a atuação da quadrilha em Capivari. A ação do grupo, conforme o relatório, ocorria na intermediação fraudulenta do pagamento de benefícios do salário-maternidade.
De acordo com o delegado da PF em Piracicaba, Carlos Lopes Abelha, a proprietária do escritório, que tem registro como estagiária de direito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), requeria os benefícios inserindo vínculos empregatícios falsos nas carteiras de trabalho dos clientes e recebia os benefícios pessoalmente, uma vez que os integrantes da quadrilha se cadastravam como administradores provisórios dos clientes.
A inserção dos dados falsos nos sistemas da Previdência Social era feita pela servidora pública lotada no INSS de Capivari. Segundo o delegado, ainda que não conheçam os trâmites fraudulentos, os segurados do escritório da indiciada acabavam participando do esquema, pois sabiam da irregularidade e não a denunciavam.
A proprietária do escritório está em prisão preventiva e aguarda transferência para uma unidade prisional da região. “Ela preferiu falar somente em juízo alegando que precisa se inteirar melhor das acusações”, disse Abelha.
Com informações do G1 Piracicaba.