Editorial

Editorial – Só mais um feriado?

Mais que um feriado nacional prolongado, hoje – 15 de novembro – é uma data histórica e marcada por grandes lutas. A Proclamação da República Federativa do Brasil é um acontecimento que reflete diretamente no que o país é hoje.
Ato de bravura efetuado pelo Mal. Deodoro da Fonseca – conta a história – que mesmo adoentado e em trajes de pijama dirigiu-se à praça pública e junto com seus pares comandou o ato, tornando-se o primeiro presidente da nação. De lá para cá, muitos sentaram na cadeira presidencial.
Erros e acertos foram e continuam sendo cometidos.
Historiadores resumem a Proclamação da República como um golpe militar que ocorreu no dia 15 de novembro de 1889, como reação imediata à nomeação de Gaspar da Silveira Marins como chefe de gabinete de governo, e ocorreu em meio a um forte desgaste entre o Império e os grandes proprietários rurais, descontentes com a criação da Lei Áurea de 1888 (libertação dos escravos).
As principais mudanças do Brasil pós-proclamação da República foram a separação formal entre a Igreja e o Estado, a secularização dos cemitérios, que passaram a ser administrados pelos municípios, a instituição do ensino laico (desvinculado da educação religiosa) e do casamento civil. Houve um processo de descentralização política, consolidado pela Constituição de 1891, de criação de uma federação, sendo que os Estados membros possuíam alto grau de autonomia. No plano eleitoral, foi instituído o voto universal. Nem tão universal assim, já que só os homens alfabetizados, ou seja, uma minoria da população na época podiam votar.
O que ficou nas entrelinhas das páginas da história brasileira, são as cenas de guerras e conflitos.
A realidade política em que estamos inseridos é herança dos fatos desta época. O sistema político em vigor, com todos os méritos e problemas, é resultado de uma longa experiência política que intercalou longos períodos de ditadura. Um clima de legalidade, de garantia de direitos que é resultado dessas lutas, porém, uma realidade muitas vezes mentirosa.
Nos últimos anos não temos muito a comemorar. A atual situação da República Federativa do Brasil, que vê seu governo envolver-se mensalmente em escândalos e limita-se a dizer que os ‘malfeitos’ não serão tolerados, envergonham, mancham e ‘pisoteiam’ na história do país.
Urge ações verdadeiramente enérgicas e o uso das prerrogativas, cumprindo e fazendo valer o artigo 1º da Constituição: Todo poder emana do povo, e em seu nome será exercido.
Seria também de muito bom alvitre, que aproveitasse a data em que se comemora o Pavilhão Nacional, e siga-se os dizeres da bandeira: Ordem e Progresso, que está difícil de ser seguido pelos detentores do poder.
Muita coisa mudou, mas a ganância e a cobiça dos homens não tem fim.
Falta luta e cobrança para que se cumpram as promessas dos governantes da Nação. Luta contra aqueles que fazem do país um sucursal particular de seus desejos.
Quem se indigna com a corrupção e falta de brasilidade, é que mantém acesa a chama da verdade.
Com a sensação de que ainda falta muito a ser feito, aproveite o feriado prolongado para recarregar as energias e continuar na luta.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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