Carta enviada para D. Ilca, responsável pela capela onde passa o Caminho do Sol.
Prezada D. Ilca,
Conforme prometi, estou enviando fotos de meus pais e irmãos que moraram em Capivari entre os anos de 1938 a 1940 (Rafard). Meu pai realmente trabalhou na usina como informaram minhas irmãs e minha irmã mais velha , apesar de ter vivido aí entre os 3 a 5 anos ainda se lembra de algumas coisas, como segurar o irmãozinho entre as pernas, enquanto minha mãe lavava roupa no rio ou cortava cana. Também se lembra de andar pela cidade, atrás de minha mãe, toda arrumada com sua bolsinha. Infelizmente, tanto meus pais, como meu irmão Mário que nasceu em Rafard já faleceram, senão haveria mais histórias para contar. Foi muito importante ter passado por aí no Caminho do Sol (08 a 18/05/2013), uma viagem ao passado de meus pais e irmãos que me fez valorizar ainda mais todos os sacrifícios que fizeram por nós, transformando-nos numa grande família ( que cresce cada dia mais). Na foto da banda ( infelizmente um pedaço dela foi rasgado há muitos anos, provavelmente por um de meus irmãos), meu pai aparece no canto superior esquerdo, com sua tuba. Escrevi no canto direito da foto, assinado Vicente Ramos, nome de meu pai.
A outra foto deve ter sido tirada em São Paulo quando saíram de Rafard e mostra meu pai, minha mãe Dalzira, segurando meu irmão Mário, com minha irmã mais velha, Maria de Lourdes (na época chamada Bilu) ao lado. Peço que, por favor, as exponha no seu bar para ver se alguém se lembra deles, ou guarde como lembrança de minha passagem por aí durante o Caminho do Sol. Escreva-me quando quiser e se o Palma passar por aí mostre as fotos para ele.
Aproveito para agradecer não só a senhora e seu marido pela acolhida, mas a todos os que nos receberam em nossa caminhada. Fiquem com Deus! Espero que a capelinha seja reerguida logo.
Um abraço de Márcia Ramos – São Vicente, 22/05/2013
Trecho extraído do livro: Vida Social e Política de Rafard
No que diz respeito às “Bandas de Música”, a “Corporação Musical Elite”, principalmente, regida pelo maestro Manoel Antiqueira, representou, algures, no Estado, dignamente o Distrito de Rafard. O Sr. Antonio Lucchi, já falecido, foi músico que se distinguiu pela sua perseverança, pela sua dedicação, pelo seu apostolado à notável ciência da combinação harmônica dos sons. Manteve sempre a sua “Bandinha”; não deixou, enquanto vivo e senhor de suas forças, a localidade, nos dias festivos, sem o brilho de uma corporação musical.
