Editorial

Editorial – Vento de Junho

A música Vento de Maio, composição de Lô Borges e eternizada com por Elis Regina, já dizia “chegou de repente” e “agora já não dá mais pra voltar atrás”.
E se não dá pra voltar atrás, devemos começar do início.
Não devemos pagar a conta por más administrações e ações que eram necessárias e não foram tomadas em seu tempo.
Cansado de discursos demagogos e políticos analfabetos, ou melhor, analfabetos políticos, despreparados para tal e que insistem em ser o dono da razão?
E a irresponsabilidade de tais ‘Excelentíssimos – Digníssimos’ faz a população mais uma vez pagar por seus pensamentos retrógrados, que só sabem visar benefícios próprios, esquecendo da arma principal que somos nós eleitores.
Exemplo? Reajuste da tarifa de água em Rafard. Manter a postura de Bom Samaritano era o que tentavam fazer os ex-prefeitos e legisladores diante da população, amansando-a com projetos que não afetassem a contabilidade municipal, e consequentemente, o bolso do contribuinte. Até quando era completamente defasada, a tarifa de água e esgoto do município era tida como um presente de mau gosto e boa aceitação, um desleixo do município, onde todos criticavam a falta d’água em suas casas, mas em contrapartida, muitos não pagavam suas contas, porque não haviam punições para quem deixasse de se portar como um cidadão e cumprir suas obrigações, comprometendo-se em quitar os débitos com a Prefeitura. E até hoje, mesmo fora do poder, tem demagogos lutando contra a lógica do progresso. ‘Autoridades’ que buscavam apenas transparecer como bonzinho diante do povo. Pessoas assim, devem ter o poder de legislar, exumado.
Por causa de políticos omissos como ‘esses’ – que são uma realidade nacional – dia sim, dia não, cidades amanhecem com uma greve daqui, outra dali. Manifestações covardes, como a do aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. São necessárias, desde que organizadas e não excitadas por interesses de terceiros, com a participação de manifestantes baderneiros, e por que não dizer: bandidos. Agitadores dão o grito de guerra e a marcha do quebra-quebra é acionada no berço da baderna. O que deveria ser acordado uma bandeira de paz, muitas vezes vira um palco de sangue e inocentes acabam mais uma vez pagando com a sua própria vida.
Em Capivari, na última terça-feira (11), a população pagou a conta mais uma vez com a paralisação por 24 horas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A paralisação teve como objetivo denunciar as precárias condições de trabalho a que os servidores do INSS são submetidos todos os dias, prejudicando, não apenas os servidores, mas também os segurados que procuram diariamente as Agências. A causa é justa, o motivo é nobre, mas a maneira é prejudicial aos que dos serviços necessitam. Mas como julgar, se muitas vezes é a única saída?
As grandes manifestações são necessárias. Quebram o mito de uma classe trabalhadora resignada diante desta ascensão lenta de um calvário que lhe propõem de novo. Sim, temos mesmo que sair à rua, para falarmos entre nós, conhecermos-nos, discutirmos os nossos problemas comuns, propormos soluções e agirmos em conjunto.
Toda a luta deve ser auto-organizada. Com aqueles que sofrem os mesmos problemas que nós, podemos criar movimentos, sindicatos auto-organizados, e lutar diretamente, sem recursos intermediários ou representantes, tendo ao nosso lado apenas iguais, não renunciando a métodos.
É preciso levar a resistência a todos os locais onde há exploração e injustiça.
Vamos começar… do começo!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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