Editorial

Editorial Lavando as mãos II

Em novembro do ano passado, opinamos no Editoria , falando sobre o abandono das cidades após as eleições e os inúmeros desleixos políticos.
Pois é, seis meses se passaram e parece que as esferas políticas continuam lavando as mãos, não importa o que aconteça. As cobranças são as mesmas, serviços básicos, mas necessários, que não vamos elencar neste momento, pois o assunto de hoje é único, e sério.
Mais uma vez, a Santa Casa de Misericórdia de Capivari é a bola da vez. Nos bastidores, sem qualquer anúncio oficial antecipado à imprensa, a entidade elegeu em assembleia, a nova diretoria, que tem a difícil missão de colocar as coisas nos trilhos, caso contrário, o trem vai descarrilar de vez.
Infelizmente, a nosso ver e de boa parte da população, a Santa Casa continua sendo uma peça no jogo político e comercial das elites.
A Santa Casa de Misericórdia de Capivari é uma associação que tem como missão o tratamento integral e humanizado a enfermos, notadamente aos mais carentes, proporcionando ações de saúde a todas as pessoas, com excelência, sustentabilidade e misericórdia. É o que pelo menos ela tenta, porém, há muito tempo vive em dificuldades. Não é de estranhar. Depende da misericórdia alheia, como diz seu nome, e da atenção da sociedade, empresários e governantes.
A irmandade mantenedora chegou ao seu limite de possibilidades. Houve uma fase de incertezas que só não levou ao fechamento do hospital porque houveram interdições, saneando-o e colocando-o em condições de retomar suas atividades.
Em tanto tempo de história, a Santa Casa acumula problemas, distorções e vícios. Suas dificuldades sofrem ciclos de crescimento e de queda. Está agonizando.
A Santa Casa se tornou o bode expiatório da saúde pública, parece servir a outros propósitos que não o bem-estar e a vida dos pobres.
Incompetência de seus gestores? Como julgar? Entre falsas verdades, erros e omissões, fica difícil opinar. Não há dúvida que muitos erros foram cometidos e ainda persistem. Serve de indicador desses erros a mudança da direção da Santa Casa pela segunda vez em menos de um ano.
Ao ser substituído, o presidente da Santa Casa, Jorge José Elias desabafou: “Não é fácil administrar uma empresa quando se tem tanta gente ‘contra’ e tentando debelar a nossa imagem. Discursos frívolos chafurdados em despautérios feitos por pessoas néscias tentaram sem sucesso provocar deletérios em nossa capacidade de gestão”.
O novo presidente eleito, Eder Antonelli, declara que o seu objetivo é “levantar o hospital” conquistando “dinheiro novo”, aumentando a receita e cortando despesas.
Entre tantas tribulações, vamos aguardar o desfecho dessa nova história, que pode ser construída e fadada de sucessos ou desastres.
Só o tempo dirá. Vamos aguardar!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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