Editorial

EDITORIAL – Instinto protetor

Quando gostamos de uma pessoa, de um grupo, de uma comunidade ou da cidade em que nascemos, crescemos e vivemos, desejamos nos tornar responsáveis por ela. É como se a vontade de proteger invadisse nosso ser e resolvesse espantar todo o mal que pode vir a acontecer. Bom, pelo menos é assim que deveria ser, certo?
A responsabilidade fica ainda maior, quando uma pessoa é escolhida/eleita, para defender e representar todas as expectativas depositadas em busca da tal proteção e prospecção. Essa ou essas pessoas devem estar prontas para travar uma guerra, como também, pregar a paz, buscar soluções, mostrar o caminho, ensinar a pescar além de dar o peixe, e assim por diante.
Bom seria se assim fosse…
Em meio a discordâncias políticas, de ideias e ideais, tem gente que parece rugir como um leão, mas na hora de defender a alcateia, parece um gatinho recém-nascido. E para piorar, parece rugir a favor do outro grupo, que busca invadir o território, prejudicando os que aqui estão.
Deixando rodeios e devaneios de lado, cabe aqui, opinarmos sobre o fato ocorrido na vizinha Capivari, na sexta-feira (5), no antigo prédio que abrigava a escola Anglo, onde aconteceria a Feirinha da Madrugada. De um lado, ambulantes vindos de diversas cidades da Capital, recheados de produtos a preços atraentes, sem nota fiscal e sem recolhimento de impostos municipais. Do outro, comerciantes que aqui residem, pagam impostos, empregam pessoas da cidade, colaboram com patrocínios a eventos e instituições, resumindo, fazem o seu papel.
Quem está certo?
Não cabe a nós julgar, porém, vale ressaltar que, de um lado temos pessoas muitas vezes sem oportunidades, mas ao mesmo tempo, totalmente fora das leis e responsabilidades impostas a qualquer comerciante que se aventura a abrir uma empresa, cercado de impostos municipais, estudais e federais. É uma concorrência desleal e que não traria benefício algum à cidade, pelo contrário, deixaria os comércios que recolhem seus impostos a ver navios. É uma cadeia. Se não recolhe imposto, não tem dinheiro para investir e ajudar a própria cidade. Se não vende, não consegue empregar. Se fechar as portas, quantas pessoas que trabalham no comércio não ficariam sem emprego?
Talvez a atração momentânea do barato acabe saindo caro! Mas cada um tem o seu modo de pensar, falar e agir.
Interditada em Capivari, agora a Feirinha da Madrugada vem pra Rafard, que sem qualquer respaldo legal, não tem como proibir a realização da mesma. Os comerciantes, que seguindo posicionamento semelhante aos de Capivari, até tentaram, se mobilizaram, mas a atual administração nada pode fazer.
Outro ponto a salientar é que, infelizmente, os legisladores continuam a fazer leis que prejudicam cidades pequenas como Rafard, que é obrigada a adquirir serviços pelo menor preço, ao mesmo tempo, de menor qualidade e que muitas vezes nem são prestados. Resultado? Problema! E o que era para reduzir os gastos, acaba aumentando a dor de cabeça e má qualidade dos serviços públicos, gerando retrabalho e custos muitas vezes maiores.
Como incentivar o comércio e empresas locais, que tem o serviço a oferecer, com igual e até maior qualidade que cidades de fora, se a lei obriga a fazer com quem tem o menor preço? É visível e notório o resultado. Comece a avaliar os serviços públicos terceirizados.
A vidraça é o prefeito municipal, que na maioria das vezes, está de mãos atadas frente ao sistema que o obriga, seja bom ou seja ruim, faça com o mais barato.
Parafraseando os famosos humoristas Geraldo Magela e Chico Anysio, da Escolinha do Professor Raimundo: “É muito difícil e o salário ó!”

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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