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Dia do Músico: uma homenagem à arte e aos artistas locais

Nesta sexta-feira, 22 de novembro, comemora-se o Dia do Músico, uma data especial para celebrar aqueles que dedicam suas vidas à arte de criar, interpretar e emocionar através da música. A data é uma homenagem a Santa Cecília, padroeira dos músicos, cuja história está associada à devoção e inspiração divina para a criação musical. Segundo a tradição cristã, Santa Cecília, martirizada no século III, é considerada um símbolo de fé e resistência, além de uma figura que inspirou músicos ao longo dos séculos. A celebração, instituída no calendário católico, tornou-se uma ocasião universal para reconhecer a importância da música e de seus artistas.

No cenário local, a data é uma oportunidade para destacar talentos que fazem da música uma forma de conectar pessoas e promover a cultura. Entre os músicos que representam a riqueza musical da nossa região estão Ale Pizzano, conhecido por sua presença vibrante nos palcos e voz marcante; Renata Costa, uma talentosa intérprete que une técnica e emoção em suas apresentações; e Márcio Magnusson, da banda Gravata de Avestruz, um multi-instrumentista cuja trajetória é marcada por inovação e versatilidade. Suas histórias e contribuições à música local refletem a essência da data e o poder transformador da música em nossas vidas.

Nesta reportagem, mergulharemos nas histórias de Ale, Renata e Márcio, explorando suas trajetórias, inspirações e perspectivas sobre o significado de ser músico. Acompanhe e conheça mais sobre esses artistas que dão vida à música e levam o nome da cidade além de suas fronteiras.

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Biografia

Ale Pizzano, cantor natural de São Paulo e residente em Capivari, é um artista que combina paixão pela música e carisma nos palcos. Formado em Tecnologia da Informação, Ale encontrou na música a sua verdadeira vocação, levando energia e emoção ao público em cada apresentação. Sua trajetória é marcada por dedicação e pela busca constante de conexões profundas por meio da arte, destacando-se como um dos talentos vibrantes da região.

Ale Pizzano: o diferente dos iguais
Ale Pizzano: o diferente dos iguais

Renata Fernanda da Costa, conhecida artisticamente como Renata Costa, é uma cantora de 28 anos, natural de Guapiara e residente em Capivari. Com uma voz marcante e um estilo que mescla emoção e autenticidade, Renata encontrou na música sua maior paixão e profissão. Suas apresentações, carregadas de carisma e talento, têm conquistado público e espaço no cenário musical regional, reafirmando sua dedicação à arte de cantar e encantar.

Renata Costa: um brincadeira que virou profissão
Renata Costa: um brincadeira que virou profissão

Márcio Magnusson, baixista da banda Gravata de Avestruz e guitarrista do Bloco do Magrão, é um músico de 54 anos natural de Capivari. Com uma trajetória sólida e versátil, Márcio se destaca por seu talento e paixão pela música, contribuindo ativamente para o cenário cultural local. Seu domínio no baixo e na guitarra reflete anos de dedicação e amor pela arte, sendo uma figura respeitada e admirada entre os músicos da região.

Márcio Magnusson: 40 anos dedicados à música
Márcio Magnusson: 40 anos dedicados à música

 

Entrevista

O Semanário – Como e quando você começou na música? Houve algum momento ou pessoa específica que o inspirou?

Ale – Minha jornada musical começou aos 9 anos, meu pai sempre organizava karaokês em família. Durante a adolescência, fiz parte de um grupo de samba, onde comecei a vivenciar a música de forma mais ativa. Apesar disso, minha carreira profissional na música começou há quase 3 anos. Desde então, tenho me dedicado a transmitir felicidade, brilho e energia por meio da música. A inspiração veio do desejo de criar conexões emocionais com o público e levar cores e emoções para diferentes momentos. Esse estilo vibrante é algo que cultivo até hoje nos palcos e em meus projetos.

Renata – Eu sempre gostei de música, mas onde tudo começou, foi na pandemia, brincando com as lives e fazendo vídeos, com isso ganhei muitos patrocinadores (seguidores) para a live e após acabar a pandemia fui convidada pelos bares a fazer show e não parei mais.

Márcio – Comecei ainda na adolescência, aos 13 anos, aprendendo violão. Naquela época, houve um grande movimento no Brasil, entre 1984 e 1985, com o surgimento de bandas de rock como Titãs, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso. Isso foi uma grande inspiração para mim e para os meus amigos da época. Esse cenário nos motivou a formar uma banda, e, para isso, cada um começou a aprender a tocar um instrumento. Além disso, o primeiro Rock in Rio, realizado em janeiro de 1985, também foi uma influência marcante para essa decisão.

 

O Semanário – Quais foram os maiores desafios e conquistas da sua trajetória como músico?

Ale – O maior desafio foi conquistar espaço em um mercado competitivo e consolidar minha identidade como artista “diferente dos iguais”. Entre as conquistas, destaco abrir shows de grandes nomes como Ana Castela, Israel e Rodolffo, Cleber e Cauan, Os Menotti, Jeito Moleque e Inimigos da HP, além da minha primeira turnê de Carnaval, que passou por Salvador e região. Também tive o privilégio de me apresentar em grandes festivais como Churrasqueadas, ExpoAgro, Violada com João Bosco e Vinicius e inclusive receber uma Moção de Congratulações por minha contribuição à música.

Renata – Meu maior desafio até hoje é entender que esse meio é sujo, e me entristece muito a cidade que moro não dar oportunidade e nem apoio. Sou mais valorizada nas cidades vizinhas.

Márcio – Os grandes desafios naquela época eram, principalmente, relacionados ao aprendizado. Era necessário procurar um professor, algo bem específico, já que não havia muitas opções. Normalmente, por exemplo, para tocar guitarra, começávamos aprendendo violão. Não existiam escolas especializadas nem grandes oportunidades de ensino, e muito menos plataformas como o YouTube. Era um processo mais difícil; geralmente aprendíamos a tocar ouvindo as músicas e tentando reproduzir o que o músico fazia. Além disso, o acesso a bons instrumentos era muito restrito, pois eles eram muito caros. Instrumentos importados não estavam disponíveis, já que a importação era proibida. Acabávamos utilizando os instrumentos nacionais, que eram os únicos acessíveis. Naquela época, precisávamos improvisar e nos adaptar com o que tínhamos. A minha carreira mais longa foi com a banda Tokaya, que era uma banda que tocava todos os estilos. Era o que chamamos de banda baile, e isso acaba sendo uma grande escola, porque você aprende a tocar diversos gêneros musicais. Passamos por várias fases, como mencionei anteriormente. Por exemplo, durante o boom do axé, tocamos muito em carnavais com a Tokaya. Depois veio o auge do sertanejo, e assim por diante. Foi realmente uma experiência muito enriquecedora, porque em uma banda baile você tem a oportunidade de aprender e se adaptar a todos os estilos musicais.

 

O Semanário – Qual é a sua maior influência musical, e como isso reflete no seu trabalho hoje?

Ale – Minhas influências são amplas, indo do forró até suas vertentes, como piseiro, sertanejo moderno aos sucessos do passado, e isso reflete em um repertório eclético que mescla hits atuais com músicas clássicas. Meu trabalho busca sempre entregar um show dançante e envolvente, onde ninguém fica parado, reforçando minha identidade como artista versátil e cheio de energia.

Renata – Sempre gostei de Zé Neto e Cristiano, Marília Mendonça, Henrique e Juliano, Lauana Prado e me identifico demais com o “jeito moleca” da Ana Castela.

Márcio – As maiores influências foram as bandas nacionais e também as bandas internacionais que fizeram muito sucesso nos anos 80, como U2 e Dire Straits. Grandes bandas da época, além de artistas americanos e ingleses, dominavam as paradas das rádios FM naquele período. Hoje em dia, todos os estilos musicais têm seu público. Naquela época, porém, era diferente: apenas um estilo dominava de cada vez, o que hoje chamamos de ‘estar em alta’. Naquele período, por exemplo, o rock e o pop rock eram os destaques, e as rádios e TVs tocavam basicamente esses gêneros. Depois vieram outras fases, como o forró universitário, o pagode universitário e o sertanejo universitário, que predominaram até o final dos anos 2000, aproximadamente. Com o tempo, tudo foi se tornando mais segmentado, e os estilos começaram a encontrar seus próprios públicos e espaços, especialmente com rádios especializadas em gêneros específicos. Assim, a música foi se diversificando e cada estilo encontrou seu lugar.

 

O Semanário – Qual o seu maior sonho e qual o principal objetivo como músico?

Ale – Meu maior sonho é ver minha música atingir cada vez mais pessoas, trazendo felicidade e criando memórias inesquecíveis. Meu principal objetivo é continuar inovando e crescendo na cena musical, com projetos como o audiovisual que estamos desenvolvendo e que contará com participações especiais que promete levar ainda mais cores ao público.

Renata – Meu maior sonho é poder ter mais oportunidades e um dia algum investidor também, pois é muito desafiador encarar tudo sozinha, e ter alguém injetando ali para as coisas acontecerem iria ser absurdo, tudo melhora, oportunidades iriam aparecer mais também pois os materiais de trabalho nesse meio são muito caros.

Márcio – Todo músico, naturalmente, deseja que a música possa ser uma fonte de renda, seja para quem trabalha esporadicamente, como eu, ou para músicos profissionais que vivem disso. No entanto, trabalhar com música é uma profissão um pouco diferente. Eu costumo dizer que, além da parte financeira, o músico se dedica intensamente para cumprir o papel que a música tem: transmitir emoção. Independentemente do estilo, a música precisa levar emoção às pessoas. É uma profissão que exige muita dedicação para criar essa conexão com quem está ouvindo. O músico depende muito do feedback do público, de perceber que sua música está emocionando, fazendo as pessoas dançarem ou se divertirem. Esse, no fim das contas, é o maior pagamento para um músico: ver o público feliz e envolvido com sua arte.

 

O Semanário – Como você enxerga a cena musical da cidade e qual é a sua contribuição para fortalecê-la?

Ale – Nossa cidade é cheia de talentos e oportunidades. Minha contribuição é trazer visibilidade com shows marcantes e parcerias estratégicas, além de sempre representar minha região com orgulho nos palcos nacionais.
Renata – A música na minha cidade é muito precária, eu nem sei dizer o que acontece, mas é triste a realidade musical aqui.

Márcio – A cena musical da nossa cidade é muito rica e diversificada, com a presença de vários estilos. Existem diversas bandas de pop rock, que, por sua vez, abrangem diferentes vertentes dentro do gênero. Além disso, temos grupos de pagode, duplas sertanejas e outros profissionais atuando em diferentes estilos. É uma cena vibrante, com muitos artistas talentosos contribuindo para mantê-la ativa e interessante. Não tenho feito nada muito específico para contribuir diretamente com o fortalecimento da cena musical. No entanto, acredito que uma das maiores contribuições que posso oferecer é continuar na ativa após tanto tempo. Se considerarmos minha primeira experiência em banda, estamos falando de quase 40 anos de trajetória. Acho que isso, por si só, pode ser uma inspiração para algumas pessoas. Embora possa parecer ousado imaginar que alguém se inspire na minha carreira, acredito que essa persistência, aliada à dedicação e ao amor pela música, seja algo significativo. Hoje, minha banda oficial é a Gravata de Avestruz, um projeto no qual, junto com meus amigos e outros integrantes, doamos os cachês das apresentações. Esse trabalho tem um forte cunho social, do qual me orgulho muito. Não apenas pela questão das doações, mas também pela dedicação que temos investido para evoluir artisticamente. Nosso objetivo é sempre entregar o melhor possível, dentro dos nossos limites, tanto para os contratantes quanto para o público que vai aos nossos shows. Fazer isso com o máximo de dedicação é algo que considero essencial.

 

O Semanário – O que significa para você o Dia do Músico e qual mensagem você gostaria de deixar para quem deseja seguir essa carreira?

Ale – O Dia do Músico é um reconhecimento ao esforço de todos que vivem pela arte. Para quem está começando, minha mensagem é: não desista, mantenha-se fiel à sua essência e tenha em mente que a música tem o poder de transformar vidas, começando pela sua.

Renata – Apesar de todo desafio nesse meio, não me vejo fazendo outra coisa a não ser cantar, levar meu som para as pessoas. O dia do músico me representa porque eu respiro música, é a minha profissão e eu amo e faço com maior carinho. Aproveito para agradecer a cada um que torce por mim, meus contratantes, seguidores, familiares que convidam para estar em seus eventos. E obrigada Túlio e o jornal O Semanário pela oportunidade de estar aqui e vocês conhecerem um pouco mais sobre mim.

Márcio – A música é algo realmente mágico e abençoado. Não consigo imaginar, e acredito que nem exista, uma pessoa no mundo que não goste de música. Ela emociona, acalma e pode trazer momentos de alegria, dependendo do estilo. A música é algo extraordinário, e nós, músicos, somos privilegiados por poder levá-la às pessoas. Por isso, parabéns a todos os músicos! Continuem, não desistam nunca, porque é muito gratificante tocar um instrumento. É prazeroso tanto para nós mesmos quanto, ainda mais, quando tocamos para outras pessoas, seja em uma igreja, em uma festa ou em qualquer outro momento. A sensação de levar alegria e emoção às pessoas é única. Agradeço muito a Deus por ter tido essa carreira musical, por poder tocar um instrumento e por compartilhar esses momentos com o público. Também agradeço a você, Túlio, pela oportunidade de falar um pouco sobre minha trajetória e pelo espaço cedido pelo jornal O Semanário. Muito obrigado e um grande abraço!

Túlio Darros

Jornalista (MTB: 63932/SP), diretor proprietário do Jornal O Semanário Regional, e publicitário, sócio proprietário da Syna Publicidade

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