Aos meus 7 anos de idade, quando estava na primeira série do primário (era assim que falávamos antigamente), participei de um concurso de desenho, não recordo se foi entre as salas de aula ou entre as escolas. Mas me recordo sim, de ter ido em um lugar cheio de gente grande e ter recebido um prêmio que guardo até hoje. Foi uma coleção de livros de histórias infantis, lindos! Pena que com o tempo, eles passaram nas mãos de algumas crianças e foram rabiscados. Mas estão aqui, comigo, junto com minhas recordações.
Hoje, passados cinquenta e quatro anos, sou professora de arte, e a cada desenho que recebo de um aluno eu me lembro da minha infância. Será que aquela premiação me inspirou a ser o que sou hoje? É bem possível. De qualquer forma, cada um defende seu lado e eu defendo minha profissão. Gosto de arte, incentivo as artes, e torço para ver um dia algum dos meus pequenos desenhistas felizes como eu, artistas. Trabalhando com o que gostam, desenhando, pintando, encenando, dançando ou tocando. Incentivo é tudo. Para incentiva-los, de vez em quando eu faço desenhos na lousa e proponho para tentarem copiar e os mais parecidos concorrem a pequenos prêmios, o que eles mais gostam: canetinhas!
Às vezes me pego pesquisando na internet sobre canetinhas, canetinhas e mais canetinhas… Se eu pudesse, daria canetinhas para todos.
E, falando-se em arte, inspiração, no último feriado fui assistir à peça “Vendedor de Sonhos”, adaptada da obra do psiquiatra Augusto Cury, no teatro Gazeta em SP. Ele não apenas vende sonhos, mas te inspira a seguir em frente. Excelente, para todos nós. Teatro é vida, arte é vida. Se tiver oportunidade, assista. Não perca seu tempo, ele está passando. Tempo é uma coisa que não dá para recuperar e se não fizermos o que temos vontade agora, amanhã já será tarde.
Fica a dica! Corra atrás dos seus sonhos.
Valéria Bragion, artista plástica e professora de arte
