ArtigosRubinho de Souza

Antes do celular

Talvez os mais jovens não saibam, mas, não muito distante de nossos dias, houve um tempo em que não se trocava mensagens pelo celular, até porque, apesar de existir telefone, ainda não existia celular.

As mensagens eram através de olhares que diziam tudo, as curtidas eram feitas diretamente às pessoas que se conheciam, se cumprimentavam pelas ruas e eventualmente paravam para um bate papo, por rápido que fosse.

Não havia o tal “influenciador digital”, mas todos miravam nos bons exemplos dos mais experientes e o conselho de um pai, de uma mãe eram melhores do que qualquer pesquisa no Google. E, a história de um avô era mais verdadeira do que qualquer referência na Wikipédia.

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O e-mail não tinha sido inventado, mas recebíamos pelo correio, postais e cartas de pessoas às vezes distantes, que colocavam toda a sinceridade de suas palavras na escrita que ficava guardada e era lida e relida por todos da casa.

Quando a gente recebia uma cartinha de amor, essa era guardada a “sete chaves” – como se dizia – e chegava a gastar o papel de tanto ser lida e cheirada, por que não raro era perfumada.

Nesse tempo, onde ninguém era insultado por quem quer que fosse, sob o anonimato de uma rede social, as coisas eram resolvidas às claras e não raro depois de solucionado, as pessoas se desculpavam e as amizades continuavam.

Antes do celular
Antes do celular

Nos almoços em família aos domingos, todos se reuniam na cozinha – cuja mesa era enorme – à espera da macarronada e do assado que era preparado com o maior carinho e esmero. Era o momento de conversar sobre os assuntos mais importantes da família, colocar em dia as novidades, todos com educação e respeito, sempre compartilhando um bom vinho.

Nesse tempo, as pessoas eram o que eram. Ninguém tentava aparentar o que não era ou ostentar o que não podia.

Os anos se encarregavam de desenhar as rugas nas faces dos mais velhos e como não existia o Photoshop nem filtros para “maquiar” as fotos, tudo era da forma natural possível.

Hoje, diante de toda essa profusão de informações que povoa nossa mente e nos atormenta, atrapalhando nosso sono e descanso, diante da tecnologia que a cada dia que passa avança sem limites nos sufocando, pela parafernália de aparelhos que não tem fim, afetando até mesmo as crianças – por descuido do pais em colocar limites – tudo me entristece e me preocupa.

Sim! Eu sinto falta daquele tempo onde nossa vida era mais simples, tudo era mais real, mais direto, mais verdadeiro, mais família, pois nessa época meus queridos, era o nosso coração que vibrava e não o celular!

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