ArtigosRubinho de Souza

Doutor Luiz Gama

Há algum tempo atrás, comecei a pesquisar sobre os personagens da história de nossa cidade que deram nomes às ruas daqui e muitos eu consegui, seja através de pesquisas na internet, seja com a ajuda de pessoas, tais como os senhores Heitor Turolla, Denizart Fonseca, Antônio Rossi (Pombinha), entre outros.

Mesmo assim, ainda ficaram algumas ruas, cujos nomes não consegui uma biografia, ainda que simples, para informar o porquê da homenagem de alguns nomes, como por exemplo o de Luís Mialhe.

Como sou um aficionado por fatos históricos dia desses fui pesquisar sobre uma determinada rua de Campinas, que leva o nome de rua Dr. Luiz Gama.

Bem, fui pesquisar sobre quem foi Luiz Gama e descobri que Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu na cidade de Salvador, em 21 de junho de 1830. Seu pai, do qual não se sabe o nome até hoje, era um fidalgo bastante rico que pertencia a uma das famílias mais tradicionais de Salvador. A mãe de Luiz Gama era originária da Costa da Mina e sobrevivia como quitandeira.

O fato é que o Luiz Gama, foi trazido como escravo de Salvador, para a cidade do Rio de Janeiro pelo navio Saraiva, ficando com um comerciante de nome Vieira, que tinha comércio num prédio de esquina da rua da Candelária com a rua do Sabão.

Ainda no ano de 1840, foi passado para o alferes Antônio Pereira Cardoso num lote de mais de cem escravos, os quais foram trazidos para a então Província de São Paulo pelo Porto de Santos.

A viagem de Santos até a cidade de Campinas, foi realizada a pé, mas algum tempo depois, Luiz Gama foi enviado à cidade de São Paulo para trabalhar como doméstico na residência do alferes, onde aprendeu os ofícios de copeiro, sapateiro, lavandeiro, passar e engomar roupas.

Na casa do próprio alferes, aprendeu a ler e escrever e mais tarde, estudou os livros de direito que encontrou na biblioteca dele, tornando-se um conhecedor do saber jurídico de forma autodidata.

Doutor Luiz Gama
Doutor Luiz Gama

Depois, com ajuda de um estudante de Direito amigo do alferes, que o ajudou na alfabetização e na forma de se estudar as ciências jurídicas, passou a advogar, visto que naquela época não era necessário ter formação em direito – sequer existia a OAB para proibi-lo de advogar.

E, assim, Luiz Gama tornou-se o que comumente se denominava “rábula” (advogado sem diploma), sendo um defensor radical da abolição do trabalho escravo.

Seu primeiro teste na profissão foi processar o próprio alferes, conquistando assim, sua liberdade, ao provar que não poderia ser escravo por ser filho de pai branco e nascido livre.

Depois disso, passou a advogar em prol de negros ilegalmente sendo mantidos escravos, conquistando a emancipação de centenas deles ao longo de décadas como rábula.

É considerado um dos maiores abolicionistas brasileiros de sua época.

Luiz Gama morreu relativamente novo, com apenas 52 anos, em 24 de agosto de 1882, por complicações causadas pela diabetes. Sua morte causou uma grande comoção, e seu o funeral atraiu quatro mil pessoas, o que correspondia a uma considerável fatia da população de São Paulo, que, na época, tinha 40 mil habitantes.

Por sua atuação e sua contribuição na causa abolicionista, seu nome ficou gravado na história de nosso país, e, seu nome foi dado à muitas ruas de nosso país, mas especificamente numa rua no bairro do Bonfim, em Campinas, foi feita uma reparação histórica, cuja denominação, passou de rua Luiz Gama, para rua Dr. Luiz Gama.logotipo do fundo do báu raffard

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