Segundo Carlos L. Mattos, filósofo e professor de francês, no seu Vocabulário Filosófico, Deísmo é uma doutrina filosófica que admite a existência de um Ser Supremo, mas afirma que desconhecemos necessariamente sua natureza e intervenção no mundo.
Doutrina que só admite a religião natural, negando qualquer revelação de Deus. (p. 106) Para os deístas não há revelação, visão ou fé.
O dicionarista Aurélio define deísmo como sistema que rejeita toda a revelação de Deus, a autoridade de qualquer igreja, mas aceita a existência de Deus, talvez, criador do Universo, embora destituído de atributos morais e intelectuais.
Deísmo é uma palavra vinda do latim “deísmos”, a raiz “deis” Deus, mais o sufixo ismo; pelo francês “déisme”
Deísmo é uma doutrina filosófica que concorda com a existência de um Deus excelso que só pode ser constatado pela razão e não pela fé, religiosidade ou pelas revelações.
Na verdade, o deísmo tinha muitas facetas. Em geral, criam num Deus que criou a célula de vida original. Eles pensavam que o Deus do Universo, o grande criador, o “Relojoeiro” fez as leis universais de acordo com a razão.
Todas as práticas e crenças que não pudessem ser entendidas ou endossadas pela razão precisavam ser descartadas como superstições, usadas pelo clero para tirar vantagens.
Os deístas sempre refutaram a crença de que Deus estivesse continuamente revelando sua vontade aos homens. Deus criou, mas não mantém qualquer conexão com suas criaturas.
O Criador, o Relojoeiro, criou o relógio, deu-lhe corda, porém, não se interessou, nem se interessa em saber como, e se está funcionando.
Assim sendo, os deístas ensinam que os homens podem encontrar, pela razão, o caminho da felicidade, do amor, da paz e da prosperidade. Por isso, rejeitavam a igreja, as Escrituras, a fé, a revelação e o Deus encarnado.
O século 18 recebeu forte influência dos pensadores deístas, dentre eles, os mais conhecidos, quase todos iluministas:
Adam Smith (1723- 1790) – filósofo e economista David Hume (1711 – 1776) filósofo; Frederico, o Grande (1712- 1786) Rei prussiano; James Madison (1751 – 1786) 4º presidente dos EUA; John Locke (1632 – 1704) filósofo alemão; John Toland (1670-1722) filósofo; Mark Twain(1835-1910) humorista americano; Moses Mendelssohn (1729 – 1786) filósofo alemão; Thomas Jefferson (1743 – 1826) fundador e 3º presidente dos EUA; Victor Hugo (1778 – 1802) escritor e romancista; Maximilien Robespierre (1758 – 1794) advogado e revolucionário francês; Voltaire (1694 – 1778) filósofo. Todos estes e outros foram participantes e ou influenciados pelo Iluminismo.
Embora os ensinos de Voltaire não fossem profundos nem metódicos, sua maior contribuição foi a corajosa e eloquente defesa da liberdade de expressão e liberdade de opinião.
Ele arriscou sua reputação e fortuna a fim de lutar por reabilitar a família protestante Jean Calas e o governador francês da Índia Lally Tollendal, por má administração, defendeu-os abertamente porque estavam sendo injustamente acusados por causa de suas ideias.
As guerras mundiais e outras contrariam os iluminados porque houve falta de amor, esgotou-se a felicidade, findou-se a paz.
A razão trouxe-nos o conhecimento de que sem Deus, fonte do amor, do qual depende a felicidade, a paz e o verdadeiro conhecimento, não pode haver igualdade humanitária, surgindo o descontentamento entre as classes. Pois os ricos nunca se contentam com suas posses e os menos favorecidos aspiram pela sobrevivência.
O racionalismo e o deísmo tentaram eliminar da religião seu ensino mais essencial, ou seja, o deísmo pretendia ser a resposta para a questão como o homem alcança a sua salvação, redenção e reconciliação; ela é meramente filosofia.
Sofonias 1:11 comenta, que naqueles idos tempos do rei de Judá, Josias (final do séc 6 a.C.) os homens enriquecidos pela prata, que se vangloriavam pelas riquezas, e descansavam no faustoso lucro de seu comércio, eram endurecidos no seu caminho pecaminoso.
Eles professavam-se seguidores do Senhor, mas não agiam como tal. Diziam como os deístas: Deus é um Governador ausente, suas promessas de bênçãos e punições são sem sentido. (Seven-day A.B. C., v. 4, p. 1064)
Deus é vivo, e participativo. “Os olhos do Senhor estão sobre a terra o ano todo.” Deut. 11:12)