Poesias

Deserto de Atacama

Deserto insólito, inóspito, impiedoso
sóis impiedosos e causticantes de quarenta graus
o deserto mais seco e rústico da nossa Terra
imitando paisagens estranhas e singulares
de algum longínquo e desolado planeta.
Plantas escassas, estressadas e ressequidas
clima árido, sem vida, sem chuvas
planícies desérticas, infinitas e ácidas
infindáveis estradas, inócuas e sem vida,
de um caminhar eterno, sem fim
e sem horizontes transcendentes.
As Cordilheiras Andinas, ali tão próximas
gigantes vulcões inúteis e apagados
você anda, anda e nunca chega
às vezes, vicunhas indolentes, insaciáveis
ou flamingos secos nos lagos tímidos
ladeados de miseráveis arbustos ou cactos
que amenizam as paisagens desconsoladas,
contrastando os bálsamos dos altiplanos
com montanhas brancas, tristes e nevadas,
na esperança de formarem rios glaciais
eternizando inestimáveis legados geológicos
de milenares tempos e povos ancestrais.

À noite, os lábios beijam o céu
que se exibe com esplendor
as estrelas vaidosas dizem “Amém”!
Rígel, de um lado, Betelgeuse do outro,
e mais embaixo, Bellatrix,
invejando os fascínios astrais
das mágicas Três Marias:
a noite, que nem parece noite,
mais parece um lindo dia!

Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial
Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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