Imaginei selecionar-te inteirinha em teus espaços
onde tu vives, onde tu sonhas os sonhos dos teus desejos
com um control “x” e um control “v”, trago-te
sob meus domínios, para sempre, sem jamais saberes
as trilhas que te levam de volta ao teu passado…
No meu poema abstrato, alguém te buscaria,
pelos vales, montanhas e densas florestas
com ecos desesperados, sem esperanças:
— Onde tu estás? Voltes para mim!
Os mesmos ecos e retornos adormecidos:
— Onde estás?… Voltes para mim…
A solidão é comum aos pobres mortais;
esqueçam-na: não a procurem mais
nem nas páginas dos meus livros
ou nas páginas amarelas dos jornais…
Foram os ventos do norte que te trouxeram
para revivermos os poetas que outrora fomos
hoje não mais, talvez ainda: ontem se fez hoje,
ficou tarde demais; talvez possamos poetizar
os mesmo aromas, sabores e amores de outrora;
ficou tarde, eu sei… vamos desfrutar os resquícios
de nossas poesias e o que sobrou de nós,
de nossas emoções, com início,
um meio, mas sem um fim
eis agora o que restou de ti
e o que sobrou de mim…