Falando de Vinho

Conservando vinho ao longo da história

Guardar o vinho de modo a que ele continue ser vinho, e não se transforme em vinagre, tem sido um desafio por milhares de anos.

Por exemplo, os antigos gregos misturavam vinho com mel (o açúcar atua como conservante), despejam azeite por cima do vinho (como barreira para o ar), e o armazenavam em grandes ânforas de cerâmica, enterrando-as para manter o vinho fresco.

Por volta do século XVI, muito do vinho negociado na Europa era pesado, denso e potencialmente fortificado com brandy para conservar.

Foto: Reprodução internet

O vinho básico podia vir de algum lugar quente ao longo do Mediterrâneo, do Sul da Espanha, a origem não importava; o importante era fortificar suficiente mente o vinho em estado natural para que ainda fosse bebível quando chegasse à Inglaterra ou norte da Europa.

Qualquer vinho não fortificado era bebido imediatamente. Esses vinhos novos e frescos eram altamente desejáveis.

Na verdade, durante boa parte da história o vinho jovem sempre foi mais caro do que o velho. Intencionalmente, a armazenagem do vinho para envelhecê-lo só passou a ser praticada depois do século XVIII, quando garrafas e rolhas passaram a ser usadas.

Quando envelhecido em garrafa com uma rolha apertada, o vinho não se transformava em vinagre, e em parte melhorava, às vezes de modo muito marcante, em especial se fosse tinto. Pela primeira vez, certos vinhos mais velhos começaram a custar mais caro do que os novos. E “ deitar o vinho” para melhorá-lo começou a adquirir conotações românticas e sofisticadas.

Semana que vem continuaremos com o legado.

Érica Falsirolli Franchi

Érica Falsirolli Franchi, sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers/ Subseção Campinas e certificada internacionalmente pelo Centro Italiano di Analisi Sensoriale – CIAS INNOVATION.

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