A aranha tece,
com artimanha,
a sua teia.
E eu, teço,
em deslizes e perplexo
– sem nexo –
meus comentários a respeito.
– Que dizer ante engenho e arte?
E, teso,
ainda,
vejo o seu projeto tornar-se realidade:
o seu campo de ação é largo,
como tentáculos.
A visão dos paralelos pode se transmutar,
chegar-se ao âmago de um sonhador-edificador
e provocar-lhe o êxtase – talvez um fluído embriagador.
Assim deve ser o nosso coração:
ante rumores e murmúrios,
deve tecer,
magistralmente,
um campo aberto (a sua teia)
para abrigar,
inadiavelmente,
um outro coração.
( * ) 3º lugar no 46º Concurso Literário Felippe d’Oliveira 2023, da Prefeitura Municipal de Santa Maria/RS,
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