Rubinho de Souza

Inauguração do cemitério de Raffard

Diante de pedidos de alguns amigos leitores que me cobraram sobre o assunto que abordei há alguns meses atrás e acabou se perdendo, volto a relatar nesta publicação como se deu a doação e inauguração do cemitério de nossa cidade.

Quando a nossa Vila Raffard foi elevada à categoria de Distrito em 02 de agosto de 1930, já tínhamos o cemitério local, (conforme se vê na foto de 1930, publicada pelo jornal Correio Paulistano).

O terreno foi doado pela “Société Sucreries Brésiliennes” à Prefeitura de Capivari, visto que a nossa Vila Raffard pertencia ao município vizinho.

As edificações de muro e portal, necessárias para deixar o cemitério em condições de receber os corpos, demorou anos e até mesmo a escritura do terreno somente foi feita em março de 1959, fatos que cada vez mais causava insatisfação aos que intentavam a emancipação de Raffard.

Ocorre, que havia a necessidade da inauguração efetiva do cemitério, que somente poderia ser feita com um sepultamento, sendo acertado pela administração de Capivari, que o primeiro a ser sepultado no novo cemitério, teria suas exéquias e túmulo condigno, onde teria artisticamente gravada a data do feito e tudo seria custeado pela Prefeitura de Capivari, conforme o desejo do prefeito Alfredo Amaral.

Inauguração do cemitério de Raffard
Inauguração do cemitério de Raffard

Mas parece que ninguém queria inaugurar o novo cemitério, pois as pessoas que faleciam eram sepultadas no cemitério de Capivari, pois a família de pronto, encaminhava para a necrópole de lá, tendo em vista estarem acostumados há anos. E assim, o sepultamento do primeiro corpo, era adiada. Ninguém queria ser laureado com a honra de ser o primeiro a habitar o chão, onde o respeito é a tônica e a meditação um dever.

Passaram-se os meses, e depois os anos, e o cemitério ficou como terreno ao abandono, quando um pobrezinho ser – um menino de humilde origem – de nome Lázaro Correia, morreu vítima de broncopneumonia, com apenas 20 meses de idade.

Mas com o passar dos anos, tudo foi prometido, caiu no esquecimento e o corpinho do pequeno Lázaro que foi o primeiro, repousou na terra, sem jazigo comemorativo, sem inscrições para a posteridade, sem registro nos escritos históricos de Raffard, salvo este relato que o caro leitor poderá conformar no livro de Silveira Rocha.

Nossas respeitosas homenagens póstumas ao humilde e pequenino Lázaro Correia, rogando ao Pai dos céus que o tenha em seus braços.logo do fundo do baú raffard

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