Rubinho de Souza

Antonio Agu – de Villa Raffard para Osasco

Dias atrás comentava eu com amigos que Rafard teve um morador ilustre que é desconhecido pela maioria dos moradores daqui e até mesmo de Capivari, pois nos anos em que Antônio Giuseppe Agu, morou aqui pertencíamos à Capivari. Me refiro ao fundador da cidade de Osasco que nasceu em 25 de outubro de 1845, no povoado de Osasco, pertencente ao distrito de San Secondo di Pinerolo, província de Torino, região de Piemonte, na Itália.

Antônio Agu migrou com sua família para o Brasil, e começou a trabalhar na construção da Estrada de Ferro na cidade de São João do Capivari, e na construção do Engenho Central, em Villa Raffard, onde construiu sua casa e passou a residir, e onde viveu seus primeiros 14 anos no Brasil.

Muitas foram as razões que trouxeram os italianos para as Américas, o confisco de propriedades por falta de pagamento de impostos, esgotamento da terra, relações pessoais entre trabalhadores e proprietários, crise agrícola, desflorestamento, política comercial, proteção a navegação e crise de disponibilidade alimentícia.

O Brasil dessa mesma época tinha outras crises: falta de braços para substituir o trabalho escravo, e falta de mão-de-obra qualificada para trabalhar na indústria nascente.

As fronteiras do café se alargavam para o oeste paulista e os braços para tocar as plantações minguavam. Assim, a saída mais viável era a substituição do braço escravo pelo assalariado.

Assim, a troca de seu meio de produção não o tornou totalmente industrial, mas ajudou o município a prosperar e seguir a evolução dos tempos.

Segundo a historiadora Alice Canabrava: “No ano de 1881, a lavoura de café em São João do Capivari está começando, e para proteger esta lavoura das possíveis geadas, os terrenos baixos não são cultivados, ali são deixados revestidos de mato virgem abundante e com árvores de preciosa madeira. O único rio que atravessa o município é o Capivari. Os demais riachos e ribeirões servem para irrigar a lavoura. A maior parte da terra roxa ainda deixa espaço para que as terras menos nobres, como as que se extrai argila, os barreiros, o calcário e a brita coabitem em seu espaço…”

Antonio Agu - de Villa Raffard para Osasco
Antonio Agu – de Villa Raffard para Osasco

Como se pode observar, a cidade não podia parar seus largos passos em direção ao novo século. Operar máquina para formatar telhas e tijolos nas olarias exigia mão de obra especializada.

A tecnologia estava ao alcance de qualquer agricultor e, caso quisesse veículos, máquinas e instrumentos para a sua lavoura, era só pedir ao mecânico Henrique de Araújo que ele fabricava em sua ferraria – muito bem montada no centro de São João do Capivari.

Os apelos de mudanças não eram poucos, e maiores eram os atrativos para sair de São João do Capivari e ir para São Paulo, e esta resolução pode ter sido tomada por muitas razões, mas, entre elas, certamente está o ideal de realizar o sonho de construir um bairro.

E assim Antonio Agu, vendeu sua casa em Villa Raffard, saiu de nossa região e comprou um sítio próximo à cidade de São Paulo, ao qual deu o nome de Osasco, hoje município de Osasco, mesmo nome da cidade onde ele nasceu na Itália. Até a sua morte em 25 de janeiro de 1909, Antônio Agú procurou fazer da Vila Osasco um local progressista e habitável, foi um empreendedor e negociante de visão, sendo mais do que justas as homenagens que lhe são prestadas, sendo reconhecido como seu fundador.

Antônio Agú faleceu em Osasco em 1909, de sarcoma cerebral, com 64 anos de idade e está sepultado no túmulo da família no cemitério da Consolação em São Paulo à rua 16, lado direito, sepultura 15. Como se pode concluir, Antônio Agú, saiu de Villa Raffard, para fundar a aquela que mais tarde seria a cidade de Osasco. (Informações obtidas no site da Câmara Municipal de Osasco/SP)

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