Poesias

O Palácio da Ventura

Antero T. de Quental (*)

Sonho que sou um cavaleiro andante
por desertos, por sóis, por noite escura;
paladino do amor, busco anelante
o palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que súbito o avisto, fulgurante
na sua pompa e aérea formosura!

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Com grandes golpes bato à porta e brado:
eu sou o Vagabundo, o Deserdado…
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d’ouro com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
silêncio e escuridão – e nada mais!

(*) Antero Tarquínio de Quental foi um escritor e poeta português do século XIX que teve um papel importante no movimento da Geração de 70, que introduziu o realismo em Portugal. Suicidou-se em 11 de setembro de 1891.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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