Em homenagem aos 90 anos de morte do escritor Amadeu Amaral, o capivariano Bruno Bossolan foi convidado pela Casa Mário de Andrade para falar sobre o livro O Dialeto Caipira, abordando também as considerações de Mário de Andrade sobre o escritor.
Na oportunidade, Bossolan irá falar sobre a vida, os escritos, as curiosidades e os amigos de Amadeu, que era uma figura respeitadíssima por sua inteligência.
Monteiro Lobato, que era sócio de Amadeu na criação da Revista do Brasil (nessa época, em 1916, Lobato ainda não era o reconhecido escritor de livros infantis), não economizou elogios ao escritor:
“Quando olho para o passado e relembro as figuras do meu caminho, Ama¬deu avulta, como um ser à parte, que me bole na corda do respeito venerativo. Os outros formavam um grande grupo. Mas, Amadeu está de lado. Está só! E uma palavra arcaica, morta, extinta, ridícula, proscrita, levanta-se da tumba do esquecimento, como um fantasma: Virtude!”.
Amadeu, assim como Mário, tinha um apelo muito forte pela brasilidade. Daí nasceu a ideia do Dialeto Caipira, de proteger e resguardar o caipira que, de acordo Amadeu, era ameaçado pela europeização dos costumes.
Assim também nasceu a ideia de Mário para escrever A Gramatiquinha, um estudo descritivo do falar brasileiro, sem regra gramatical e sem julgamentos, a mesma linguagem que utiliza em seus escritos, lutando contra os preciosismos do movimento parnasiano.
Bruno Bossolan é escritor e curador pedagógico no Ponto de Cultura Casa Rosa – Memorial Virginia e Carlos Mattos.
Serviço
Palestra “Amadeu Amaral e o Dialeto Caipira”
Dia 21 de setembro, sábado
Das 16h às 18h
Casa Mário de Andrade
Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda / SP
Telefone: (11) 3666-5803 / 3826-4085