Rubinho de Souza

7 de Setembro – 200 anos de Independência

Neste 7 de setembro passado, em que comemoramos o Bicentenário da nossa Independência, não podemos deixar de recordar que há 200 anos atrás, D. Pedro I, num ato de bravura, e muito significativo para nós brasileiros, sob o prisma da representação de liberdade, ergueu a espada e bradou no dia 7 de setembro de 1822: “Viva a independência e a separação do Brasil! Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil! Independência ou Morte!”

De lá para cá, após muitas marchas e contramarchas que aconteceram em nosso país, por incrível que possa parecer, ainda não conquistamos nossa plena independência, visto que muitas de nossas liberdades ainda são tolhidas ao arrepio da nossa Constituição, chamada “Cidadã”.

Mas vamos tratar de assuntos mais amenos, e recordar com aqueles que já são “sessentões ou mais, e que assim como eu estudaram no Grellet, pois hão de se lembrar da época em que na nossa escola o diretor e os professores organizavam comemorações alusivas à nossa data, onde o verde e o amarelo predominavam, com bandeirinhas enfeitando os corredores da escola, e todos alunos e professores, nesses dias, usavam presa com um alfinete, uma “tarja” no uniforme, que tinham as cores da nossa Bandeira.

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Todos em fila, com a cabeça erguida, olhando a bandeira brasileira ser hasteada, e com a mão espalmada ao peito em posição de respeito, cantavam o Hino Nacional e o Hino da Independência com orgulho, sob a regência da nossa professora de música Dona Rosa Maria Lembo Duarte, a inesquecível Dona Rosinha.

Assim era o início das nossas atividades da “Semana da Pátria”, cuja semana toda era destinada às festividades para a comemoração do “Dia da Independência”, num tempo em que o patriotismo era um sentimento dominante no país e que dominava o íntimo de nosso ser.

Nossa querida Dona Rosinha, que era a bondade em pessoa, cantava com uma voz tão melodiosa, que tínhamos que fazer bonito para acompanhá-la, e ao escrever essas boas lembranças, confesso que despertou em mim um sentimento de nostalgia, que me vi junto aos meus colegas, lá na frente da escola Professor Luís Grellet, cantando essas poucas linhas:

Desfile de 7 de Setembro em Rafard (Foto enviada pelo colunista)
Desfile de 7 de Setembro em Rafard (Foto enviada pelo colunista)

“Sete de Setembro, data tão festiva, foi a Independência dessa terra tão querida!

É uma grande data para o meu Brasil, que hoje está liberto cheio de encantos mil.

Viva, viva, viva a Independência do Brasil! Do Brasil!”

A fanfarra do Cabo Allan Rollin Barbosa, logo de manhã, bem cedo, acordava os moradores da cidade ao som da Alvorada, descendo da escola, onde era o ponto de partida, em direção à rua Maurice Allain, onde o desfile tinha seu ponto culminante, e nós integrantes daquele seleto grupo, fazíamos tudo isto com o maior desprendimento, pois era preciso levantar e ir para o desfile, quando ainda estava escuro, vestido de uniforme, que nossas mães, também levantavam bem cedo, para passar com o maior cuidado e deixavam em uma cadeira, próximo à nossa cama.

Ao recordar esse tempo, um sentimento de nostalgia invade nosso ser, e a vontade de regressar à esse dias, é tão grande que o que nos resta é matar as saudades escrevendo essas poucas linhas com o fim de partilhar com meus amigos essas boas lembranças de um tempo que já se foi…

Hoje os tempos são outros e as pessoas têm uma nova maneira de ver e sentir, tanto, que a palavra patriotismo parece ter conceito diferente daquele experimentado em nossa época.

Não devemos abdicar de nosso passado, nem de nossa memória, pois, um povo sem memória, é um povo sem história. Mas principalmente não devemos abdicar, de nossa liberdade!logo do fundo do baú raffard

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