Além disso, 60% das crianças não conseguem reduzir os fatores de risco para a saúde ligados à obesidade, aponta estudo do Dante Pazzanese
Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com crianças e adolescentes obesos acompanhados pelo Ambulatório de Nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, unidade da pasta na zona sul da capital paulista, mostrou que 40% dos pacientes abandonaram o tratamento antes de sua conclusão.
A pesquisa trabalhou com 51 crianças e adolescentes que passaram por tratamento no ambulatório, e apontou que destes, 20 interromperam o tratamento antes do fim. Os efeitos da suspensão no tratamento também foram constatados pela pesquisa. Os dados mostram que 40% das crianças atendidas obtiveram redução nos fatores de risco. Outras 40% mantiveram os fatores e 20% chegaram a ter até mesmo um aumento nos fatores de risco.
“A obesidade na infância e na adolescência pode sérios prejuízos, como alteração no perfil lipídico, na pressão arterial e na glicemia”, diz a nutricionista do Departamento de Nutrição, Cristiane Kovacs.
Além do Ambulatório de Nutrição, o Instituto Dante Pazzanese passou a contar há um mês com um ambulatório específico para o tratamento da obesidade infantil. Segundo Cristiane, considerando os indicadores revelados pela pesquisa, os ambulatórios passaram a reforçar o trabalho com a educação nutricional, propondo metas de mudança de estilo de vida e de hábitos alimentares dentro do ambiente familiar.
Os ambulatórios também estão reforçando o apoio psicológico oferecido para casos em que a necessidade seja detectada. O atendimento é oferecido para os pacientes encaminhados que passaram previamente por atendimento nas unidades básicas de saúde municipais.
10 dicas para proteger seu filho da obesidade:
1) Coloque horários regulares para as refeições (café da manhã, almoço, jantar) e evite a substituição por lanches;
2) Lanches intermediários devem ter opções saudáveis: iogurte desnatado, frutas, cereais;
3) Pais devem sempre estimular seus filhos a praticar atividade física;
4) Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes. No mínimo, três porções diárias devem ser consumidas;
5) Estimular o consumo de arroz e feijão diariamente, evitando alimentos industrializados, ricos em gordura e sódio (lasanha, macarrão instantâneo, nuggets, hambúrguer, salsicha);
6) Os pais devem dar o exemplo com hábitos e estilo de vida saudáveis;
7) Escolas e pais devem buscar ferramentas de educação nutricional com professores e nutricionistas para propor atividades que estimulem as crianças ao gosto por uma vida mais saudável como oficinas de culinária, hortas, aulas de nutrição;
8) As escolas podem e devem colaborar com a questão, com opções de lanches saudáveis;
9) Os pais devem montar lancheiras com mais opções saudáveis (frutas, sucos, cereais, iogurtes) e evitar alimentos industrializados (bolacha, bolos prontos, salgadinhos e refrigerantes);
10) Se observar sobrepeso em seu filho, procure a orientação de médicos, nutricionistas e até mesmo de psicólogos;