19 de Novembro Dia da Bandeira – Nas minhas habituais caminhadas matinais, vou passando em frente as casas, pelas ruas de Rafard, e vou puxando pela memória e recordando dos antigos moradores de nossa cidade, que são muitos que foram antes de nos, deixando saudades, por não fazer mais parte do mundo dos vivos.
Um desses ilustres personagens, que me veio à mente no dia 19 que passou, foi o inesquecível Tenente Denizart Fonseca, cujo patriotismo corria em suas veias.
Tive o privilégio de conversar muito com Denizart, que as vezes me ligava, pedindo uma visita, ao que eu prontamente atendia e marcava um horário para ir à sua casa, onde por horas ouvia ele discorrer sobre a Raffard dos anos em que o nome de nossa cidade era grafado com dois “efes” pois segundo afirmava a reforma ortográfica cometeu uma injustiça com nossa cidade, tendo em vista que nome de cidade – substantivo dizia ele – não poderia ser incluído e alterado pela reforma. E, isso era defendido por ele com a indignação própria de um militar.
Quando ele se referia ao nosso Pavilhão Nacional, dizia o meu interlocutor que na sua época de escola, os alunos faziam fila todos os dias para cantando nossos hinos, presenciar o hasteamento de nossa Bandeira pelo diretor da escola e pelos professores. E, mostrava-se indignado pelo fato de ser abolida essa prática de civismo.
Outra indignação que ele destacava, era pelo fato de as Bandeiras do Brasil, na maioria dos municípios brasileiros, serem mal cuidadas ao ponto de – segundo ele – algumas estarem desbotadas e rasgadas. Dizia ele, que teriam que ser retiradas, substituídas por novas e depois de uma cerimônia própria ao ato, serem incineradas.
Denizart, por sua formação militar, tinha todos os hinos nacionais na ponta da língua, discursos improvisados era com ele mesmo, tal era sua bagagem cultural.
Não podemos deixar morrer nem em nós, nem nas crianças que estão em idade escolar, o amor ao nosso país, fazendo-os conhecer um pouco mais sobre nossos símbolos nacionais, especialmente o Hino à nossa Bandeira.
Voltando a falar especificamente sobre a Bandeira, diz a história, que, com a Proclamação da República, os governantes da época, entenderam ser necessária a substituição dos símbolos nacionais que remetiam à monarquia, e, quatro dias após a Proclamação, ou seja, no dia 19 de novembro, uma nova bandeira foi apresentada e, oficialmente, adotada como bandeira nacional.
A figura do losango amarelo em meio a um quadro verde já fazia parte da bandeira do Império e tinha sido definido pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, então, algumas transformações pontuais deveriam ser feitas. Diante disso, o losango amarelo, por exemplo, foi redimensionado, e o símbolo de Armas do Império foi substituído por uma esfera republicana da cor azul, e no seu interior, foi acrescentado o lema “Ordem e Progresso”, em letras verdes dentro de uma faixa branca onde foram adicionadas estrelas, representando os estados brasileiros.
A posição de cada estrela, em representação aos Estados Brasileiros, foi definida por lei e corresponde à estrita posição das estrelas do céu do Rio de Janeiro – observado no dia 15 de novembro de 1889 às 8:30h, e só em 11 de maio de 1992, foram adicionadas novas estrelas, que correspondem aos estados do Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.
As cores apresentadas na bandeira, têm cada qual um significado, e a escolha dessas cores remonta a fatores relacionados com a história dos nossos descobridores, quais sejam:
Verde: faz menção a povos que habitavam Portugal há mais de dois mil anos, e tornou-se símbolo da luta dos portugueses pela liberdade, passando a ser utilizado como cor nacional.
Amarelo: utilizado no brasão de armas de Portugal logo após a conquista de Algarve em 1250, faz menção também à cor da Casa dos Habsburgo – da qual fazia parte D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I.
Azul e Branco: O azul e o branco popularizaram-se no Brasil após terem sido adotados como as cores de algumas Capitanias Hereditárias.
A frase que consta na bandeira, “Ordem e Progresso”, foi inspirada em uma frase do positivista Augusto Comte, cuja frase completa era: “O amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim”.
Diferente do que muitos pensam, o Dia da Bandeira não é feriado nacional, a legislação brasileira, apenas prevê que, no dia 19 de novembro, seja realizada uma cerimônia para incineração de bandeiras que estejam em más condições.
A Bandeira Nacional é hasteada de maneira permanente na Praça dos Três Poderes em Brasília, sendo que, no primeiro domingo de cada mês, é realizada uma cerimônia de troca da bandeira.
Ao serem hasteadas várias bandeiras juntas, a Bandeira Nacional tem prevalência, sendo esta, a primeira a subir e a última a descer do mastro.
Como o caro leitor pode concluir, são conhecimentos como estes, sobre nossos símbolos nacionais, que desperta o patriotismo nas crianças e pode ajudar na formação de cidadãos brasileiros com amor ao seu país, amor esse, que nos parece, estar morrendo dia após dia.