Todo dia, durante minha caminhada matinal, ao passar em frente as casas dos moradores antigos de nossa cidade, me vem à memória as pessoas que lá moravam e que por questões óbvias, não fazem mais parte do cotidiano dos vivos.
E um desses ilustres personagens, é o Tenente Denizart Fonseca, que as vezes me ligava para fazer-lhe uma visita e bater um bom papo. Eu prontamente marcava um horário para ir à sua casa, onde por horas ele discorria sobre como era a Raffard (isso mesmo! Com dois “efes” – diria ele) de seu tempo de aluno do Grupo Escolar de nossa cidade.
Dizia o meu interlocutor que os alunos ficavam em fila, e cantavam o hino à Bandeira, enquanto os professores faziam o hasteamento de nossa Bandeira, e imediatamente eu comentava que também eu tive esse privilégio de vivenciar tudo isso, quando estudei na Escola Luís Grellet. Lembro que tínhamos os hinos nacionais na ponta da língua, ensaiados pela inesquecível dona Rosinha, nossa professora de música.
Para aqueles que gostam de conhecer um pouco mais, sobre nossos símbolos nacionais, eis algumas curiosidades sobre a nossa Bandeira:
Com a Proclamação da República, os governantes da época, entenderam ser necessária a substituição dos símbolos nacionais que remetiam à monarquia, e no dia 19 de novembro, quatro dias após a proclamação, uma nova bandeira foi apresentada e, oficialmente, adotada como bandeira nacional.
A figura do losango amarelo em meio a um quadro verde já fazia parte da bandeira do Império e tinha sido definido pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, então, algumas transformações pontuais deveriam ser feitas. Diante disso, o losango amarelo, por exemplo, foi redimensionado, e o símbolo de Armas do Império foi substituído por uma esfera republicana da cor azul, e no seu interior, foi acrescentado o lema “Ordem e Progresso”, em letras verdes dentro de uma faixa branca onde foram adicionadas estrelas, representando os estados brasileiros.
A posição de cada estrela, em representação aos Estados Brasileiros, foi definida por lei e corresponde à estrita posição das estrelas do céu do Rio de Janeiro – observado no dia 15 de novembro de 1889 às 8:30h, e só em 11 de maio de 1992, foram adicionadas novas estrelas, que correspondem aos estados do Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.
As cores apresentadas na bandeira, têm cada qual um significado, e a escolha dessas cores remonta a fatores relacionados com a história dos nossos descobridores, quais sejam:
Verde: faz menção a povos que habitavam Portugal há mais de dois mil anos, e tornou-se símbolo da luta dos portugueses pela liberdade, passando a ser utilizado como cor nacional.
Amarelo: utilizado no brasão de armas de Portugal logo após a conquista de Algarve em 1250, faz menção também à cor da Casa dos Habsburgo – da qual fazia parte D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I.
Azul e Branco: O azul e o branco popularizaram-se no Brasil após terem sido adotados como as cores de algumas Capitanias Hereditárias.
A frase que consta na bandeira, “Ordem e Progresso”, foi inspirada em uma frase do positivista Augusto Comte, cuja frase completa era: “O amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim”.
Diferente do que muitos pensam, o Dia da Bandeira não é feriado nacional, a legislação brasileira, apenas prevê que, no dia 19 de novembro, seja realizada uma cerimônia para incineração de bandeiras que estejam em más condições, sendo vedada por lei sua utilização como roupagem.
A Bandeira Nacional é hasteada de maneira permanente na Praça dos Três Poderes em Brasília, sendo que, no primeiro domingo de cada mês, é realizada uma cerimônia de troca da bandeira.
Ao serem hasteadas várias bandeiras juntas, a Bandeira Nacional tem prevalência, sendo esta, a primeira a subir e a última a descer do mastro.
E assim caro leitor amigo, ficaste com algum conhecimento a mais sobre os símbolos do nosso país, despertando-nos o patriotismo para a ajuda na formação de bons cidadãos.